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Deixo-vos as primeiras impressões sobre a minha experiência medieval na cozinha, as receitas foram feitas por mim e pela minha amiga E. que também é uma óptima cozinheira.
Apesar de algumas das receitas serem estranhas na utilização de certos condimentos o resultado final foi muito bom e pelo menos duas das receitas serão realizadas de novo, com toda a certeza, mas depois dou-vos mais pormenores.
Hoje deixo-vos a visão da única criança presente no jantar que se divertiu a fazer desenhos enquanto esperava pelas sobremesas.
Para criar um certo ambiente e a pedido da pequena R. o jantar foi à luz das velas, porque segundo ela, era mais giro, assim temos o primeiro desenho.
Depois porque na sua imaginação na época medieval todos eram reis, rainhas e princesas, abaixo fica a representação gráfica dos comensais.
Em cima temos a R. com o pai e a mãe, em baixo à esquerda temos a E. e o Z. e em baixo à direita sou eu e o D., estamos todos lindos não estamos? Parece uma comitiva real.
Amanhã teremos as primeiras comidinhas, até lá fiquem bem.
No que diz respeito à Cozinha Medieval Europeia os dados que nos chegaram até hoje são muito imprecisos, encontra-se fácilmente a descrição, mas na maioria das receitas, senão na sua quase totalidade não se faz menção às quantidades. As listas de ingredientes não variam muito mas, tal como hoje em dia, a criatividade de cada um acrescentava e/ou retirava ingredientes numa mesma receita.
Do séc. XIII ao séc. XVI o tipo de culinária é comum a toda a nobreza europeia, tendo aparecido por essa altura os primeiros manuscritos e livros de culinária por toda a Europa.
Para organizar um jantar com amigos em que o tema é a Cozinha Medieval, tenho feito diversas pesquisas, tendo chegado à ementa abaixo, a minha escolha tentou abarcar várias zonas da Europa, e foi um tanto difícil derivado á diversidade de pratos.
Assim, e nos próximos dias postarei por aqui algumas receitas de comidas e bebidas que já fizeram as delicias da nobreza por essa Europa fora e que vão animar o nosso jantar de amanhã.
O resultado da minha pesquisa foi baseado na leitura de vários artigos relatando hábitos e costumes da época, a maioria em Francês e Inglês.
Tenho pena que sendo Portugal um país com uma história tão rica e já bastante longa, não haja praticamente nada em Português, excepto um tratado da Cozinha Portuguesa do Século XV, sendo que toda a minha pesquisa foi feita na net, espero e acredito que existam alguns livros sobre o assunto.
Os sites consultados foram os seguintes, sendo as gravuras também de lá:
Neste jantar não vou recriar o ambiente, mas sim a culinária da época com as necessárias adaptações aos dias de hoje.
Aliás, em jeito de graça já avisei os comensais que a mesa terá pratos, copos, talheres e até guardanapos de papel, por isso não procurem nestas receitas o rigor histórico que um estudo mais aprofundado nos poderia dar, esta é apenas uma pequena contribuição minha para a divulgação da culinária medieval.
Sendo que quem tiver interesse em recriar refeições ou doçaria da época, encontrará nestes sites centenas de receitas que por vezes com um bocadinho de imaginação podem trazer algumas boas surpresas à nossa mesa.
Li hoje no Jornal Metro e na página TSF/SAPO que a Directora da ASAE no Norte criticou a forma como algumas inspecções são feitas.
Aleluia!
Finalmente alguém com bom senso!
Passo a citar a Dra. Fátima Araújo, segundo o Jornal Metro e a TSF:
"Tem algum jeito numa altura em que se fala de crise mundial de fome, andarmos a deitar fora compotas que eram de instituições de caridade?"
"Se há tradição de feitura daquelas compotas, se as amorazinhas estavam fresquinhas, se há práticas centenárias, vamos mas é cuidar delas"
Apelando ao bom senso dos inspectores da ASAE a Dra. Fátima Araújo, segundo a TSF disse: "Temos que ser suficientemente sábios e compatibilizar a cultura tradicional com as técnicas e as práticas de higiene e segurança..."
Na minha opinião é realmente e apenas uma questão de bom senso, sei que os Senhores Inspectores se limitam a cumprir a lei, mas às vezes, como diria o outro "não havia necessidade".
Só assim poderemos continuar a confeccionar as nossas receitas tradicionais, tal e qual como as nossas avós o faziam, e nós até crescemos fortes e saudáveis!