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O tema deste novo convidei para jantar é um pouco diferente do habitual, em vez de personagens, teremos cidades ou países.
A minha escolha é de uma das minhas cidades preferidas e fica a pouco mais de 6 horas de distância de Lisboa.
Salamanca fica na província de Castela e Leão, é uma cidade cheia de monumentos que respiram história e tem uma universidade, que segundo creio, é das mais antigas universidades da Europa, senão a mais antiga.
Vale a pena percorrer ruas e ruelas, visitar as suas muitas igrejas e o Museu de Art Deco, e, por fim, recuperar forças numa das muitas esplanadas da Plaza Mayor que como todas as Plazas Mayores de Espanha tem um encanto muito especial.
E porque Espanha rima com tapas trouxe uma receita simples para servir com um queijo tipo Manchego, espero que gostem.
Queijo de Cabra Curado com Marmelo Salteado
Ingredientes:
Preparação:
Descascar o marmelo e cortá-lo em cubinhos pequenos.
Alourar o marmelo na margarina, juntar as passas de uva, regar com o vinho da madeira e deixar cozinhar em lume brando, até o marmelo estar macio e o molho ter evaporado. Regar com o mel, mexer e servir quente ou frio com o queijo fatiado e um bom vinho, tinto de preferência.
Nota: Esta receita foi elaborada a pedido dos Queijos Gran Capitan que me enviaram uma embalagem de queijo fatiado para experimentar.
De sabor suave apesar da cura de três meses, tem a particularidade de já vir fatiado, poupando tempo quando a fome aperta e apetece algo rápido para petiscar.
Com esta receita participo na 9ª Edição do Convidei para Jantar, este mês alojado pela Marmita e iniciado pela Anasbageri.
Sábado, a manhã está calma, atravesso Lisboa em direcção ao nº 30 da Rua de S. Bento, foi lá que combinei um encontro com um grupo de amigas.
Os turistas percorrem cada canto da cidade e aproveitam a estadia como só os viajantes o sabem fazer e apesar das nuvens a cidade está com aquela luz que tanto a caracteriza.
O tempo passa rápido, trocamos conversas, experiências e gargalhadas, bebemos cafés, capuccinos e machiatos, num espaço agradável, de ambiente calmo e convidativo ao descanso. Não reparei no que havia para comer, falha minha, mas sendo a Palavra de Viajante um espaço dedicado a viagens, este bolo crumble que tem viajado de blog em blog, seria o acompanhamento perfeito para o nosso café e a escolha certa para dedicar à Ana com votos de sucesso na concretização deste sonho.
Façam uma pausa e passem por lá, a Ana terá todo o gosto em vos receber.
Bolo Crumble de Marmelo
Ingredientes:
Recheio:
Para as “migalhas” (crumble):
Para o bolo:
Preparação:
Pré-aqueça o forno a 160ºC.
Unte uma forma com manteiga, usei uma tarteira redonda de 24 cm de diâmetro.
Para o recheio:
Misture o marmelo com o açúcar e o amido de milho e reserve.
Para as “migalhas”:
Numa taça coloque os açúcares, a canela, a farinha e a manteiga e misture com a ponta dos dedos até obter uma mistura que parece areia molhada aos pedaços. Reserve.
Para o bolo:
Numa tigela, misture o crème fraiche, o ovo, a gema e a baunilha. Reserve. Noutra taça, misture a farinha, o açúcar e o fermento, adicione a manteiga e uma colher de sopa da mistura de ovo e bata bem, a média velocidade, até a farinha estar toda humedecida. Aumente a velocidade e bata durante 30 segundos. Junte a restante mistura de ovo, metade de cada vez, e bata durante 20 segundos entre cada adição. Pode ter de ir rapando os lados da tigela com uma espátula para garantir que a massa fica bem batida e homogénea.
Coloque metade da massa na forma, por cima espalhe os pedaços de marmelo e por fim coloque as migalhas.
Leve ao forno cerca de 45 minutos até que um palito inserido no centro saia sem massa de bolo.
Deixe arrefecer completamente e sirva com café.
Não é todos os dias que o marido me pede bolos, mais difícil ainda seria pedir-me um bolo crumble, mas foi isso que aconteceu e eu apressei-me a satisfazer o pedido e no momento de decidir qual o bolo que faria, não hesitei em escolher este que provei faz tempo feito pela Margarida.
É indiscutível que as coisas boas nos ficam sempre na memória.
Fiz bastantes alterações à receita original, a começar pela substituição do ruibarbo pelo marmelo, mas o resultado não me decepcionou. Creio que ficará bem com qualquer fruta ácida e até já estou a imaginá-lo com cerejas, quando for o tempo delas.
Há coisas cuja origem se perde nos tempos, como as receitas que alguém fez um dia pela primeira vez e que foram passando de geração em geração, acho que é o caso dos Marmelos Assados, a minha mãe sempre os fez com Vinho do Porto e Canela, no entanto eu nunca os fiz em minha casa, lembrei-me deles esta semana porque os vi no Sabores da Alma que reproduziu a receita do Cinco Quartos de Laranja e foi inspirada nessa receita que resolvi também eu fazê-los.
Digamos que a minha inspiração não anda em alta, ando a ouvir músicas que já fazem parte do álbum de velharias, tenho demasiadas coisas a ocupar-me a cabeça e nem todas são boas, por isso e esperando que cheguem melhores dias, deixo-vos uma versão alternativa de marmelos assados em que não usei Vinho do Porto porque só tinha um Vintage para abrir e achei que talvez fosse demasiado bom para uns simples marmelos, no entanto tem andado na garrafeira um Licor de Alfarroba, que na minha opinião é demasiado doce para beber simples, mas que para a receita assentou na perfeição.
Marmelos Assados com Licor de Alfarroba - para 2 a 3 pessoas
Ingredientes:
Preparação:
Descasque os marmelos e corte-os em fatias, mantendo-os dentro de uma taça com água e sumo de limão para não oxidarem enquanto descasca o outro.
Numa taça que possa ir ao forno, coloque as fatias de marmelo, polvilhe com o açúcar e a canela e regue com o licor de alfarroba e leve ao forno quente cerca de 30 minutos, polvilhe com a amêndoa e deixe no forno mais 5 ou 10 minutos para tostar.
Notas: Quem não tiver licor de Alfarroba pode fazer com vinho do Porto ou outro vinho doce, para quem quiser uma versão sem álcool pode fazê-la com chá.
Na sequência de um comentário no meu post do Doce de Ameixa feito por uma leitora da Grécia, fiquei a saber que os gregos usam uma planta de nome arbaroriza (Rose Geranium Pelargonium) para aromatizar doces de fruta e um prato de carne de porco com marmelos.
A D. do Blog Lemon enviou-me por e-mail várias receitas de Carne de Porco com Marmelos e Arbaroriza que já fiz por duas vezes, a primeira não saiu muito bem pois os marmelos cozeram depressa de mais tendo ficado em puré, mas desta vez o prato ficou mais apresentável.
Quanto à planta usada, depois de uma breve pesquisa na net cheguei ao seguinte resultado:
Arbaroriza - Albaroza, em Francês pélargonium ou geranium odorant; em Inglês nutmeg geranium, é um tempero pertencente à família dos gerânios. Um excelente aromatizante para doces de frutas principalmente para marmelos. Também é utilizado para cozinhar especialmente os que têm aroma de limão.
Acontece, no entanto, que eu sou um pouco medrosa quanto ao uso de plantas que desconheço por isso tirei umas fotos do gerânio da minha varanda e recorri à querida Neide Rigo do Blog Come-se para me ajudar a identificar a planta, que prontamente me respondeu identificando a plantinha como sendo Gerânio de Cheiro e remetendo para um post muito completo sobre gerânios perfumados com receitas e tudo, não deixem de ler, aliás no Blog da Neide aprende-se muito sobre plantas que nunca imaginei serem comestíveis.
Ao mesmo tempo coloquei fotos do dito gerânio na minha conta do Flickr pedindo ajuda para identificar a planta, e foi assim que também que a V., natural da Grécia identificou a plantinha, aconselhando apenas que a usasse em pouca quantidade uma vez que a das flores rosa tem um sabor mais intenso que a das flores brancas.
Do Brasil também me chegou a informação, através da Verachitta, que esta planta também pode dar pelo nome de malva rosa e que é usada para fins terapeuticos.
Assim e com tantos nomes que a dita Arbaroriza tem, eu resolvi chamar-lhe apenas, e tal como a Neide, Gerânio de Cheiro.
As suas folhas têm um aroma muito agradável, que faz lembrar uma mistura de flores com noz moscada, que permanece nas mãos quando tocamos da planta.
De todos os benefícios e usos que esta planta parece ter, eu acrescento um da minha experiência pessoal, pode não ser científico, mas desde que tenho esta planta na minha varanda deixei de ter insectos (moscas e mosquitos) dentro de casa, será que a plantinha teve algo a ver com o assunto? Eu acredito que sim.
Carne de Porco com Marmelos e Gerânio de Cheiro
Ingredientes:
Preparação:
Levar uma frigideira ao lume com o azeite, e alourar a carne, retirá-la para um prato e refogar a cebola cortada em gomos, adicionar o vinho e mexer com uma colher e voltar a pôr a carne no tacho.
Tempere com o sal, a pimenta e a noz moscada, junte as folhas de gerânio e deixar cozinhar em lume médio. Se necessário adicionar um pouco de água (eu adicionei um copo com água).
Entretanto descasque os marmelos, lave-os e corte em gomos, aloure-os num fio de azeite. Quando a carne estiver quase pronta, adicione os marmelos, deixe cozinhar mais 5 minutos a 10 minutos em lume brando para o marmelo absorver os sabores do molho.
Retire as folhas de gerânio, regue com sumo de limão e sirva com arroz branco.
Quando me apetece algo especial penso sempre em Magret de Pato, não sei bem porquê ...
Durante muitos anos não gostei desta carne, hoje em dia faço-a de maneiras diversas, no entanto leva sempre um molho adocicado.
Procurei inspiração em vários livros, na própria embalagem onde vinha o Pato vinham duas receitas muitos boas, mas acabei a fazer uma adaptação de uma receita do livro Tapas, de Ricardo Esteves Cardoso da Editora Dinalivro de que já vos falei anteriormente, e que aconselho vivamente.
Hoje o Magret de Pato teve honras ao almoço, o D. ia de viagem, durante o resto do dia ia estar por vários aeroportos e todos sabemos que poucos são os aeroportos com refeições dignas desse nome.
Magret de Pato com Puré de Marmelo e Grelos Salteados
Ingredientes:
Preparação:
Dar uns cortes ligeiros na pele do pato de forma a desenhar losangos e levá-los ao lume numa frigideira aquecida, sem mais nada com a pele virada para baixo, deixar tostar, virar os peitos de pato para tostar do outro lado, temperar então com sal e pimenta acabada de moer e reservar. Refogar a cebola na gordura que o pato largou, até ficar dourada, repor os peitos de pato na frigideira adicionar os alperces e o moscatel, tapar e deixar cozinhar lentamente em lume brando. (Se preferir pode levá-los ao forno aquecido a 200º tendo o cuidado de tapar o tabuleiro com folha de alumínio para não secar a carne em demasia).
Para acompanhamento, e porque estamos na época dos marmelos, fiz um puré de marmelo, posso dizer-vos que é muito melhor do que puré de maçã.
Cozi quatro marmelos cortados aos pedaços, com 1 pau de canela pequeno, 1 colher de sopa de açúcar e 1 cravinho. Depois de cozidos, reservei a água da cozedura que há-de servir para fazer uma geleia, e esmaguei-os com um garfo.
Cozi e salteei uns grelos com um dente de alho picado e um fio de azeite. Usei congelados, mas foi a primeira e a última vez, não ficaram do meu agrado, não há como uns belos grelos de nabo frescos.
Por fim e porque uma refeição especial tem que ter um bom vinho a acompanhar, escolhi por graça um vinho com o meu "nickname", está à venda na feira dos vinhos de um conhecido hipermercado a que não vou fazer publicidade.
É um Moira's Reserva, da Adega das Mouras de Arraiolos, provem e logo vêem, eu gostei!