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Chegou mais uma leva de ginjas cá a casa, fiquei indecisa em fazer mais umas garrafas de ginjinha ou um doce de ginjas e acabou por não sair nem uma coisa nem outra.
Saíram umas ginjas em calda que nos souberam que nem ginjas!
Não sei de onde vêm esta expressão, nem onde a ouvi, mas que ficou bom aí isso ficou.
Ginjas em Calda
Ingredientes:
Preparação:
Levar ao lume as ginjas com o açúcar, mexendo para dissolver o açúcar e deixar ferver em lume brando, mais ou menos 15 minutos, retirando a espuma que se vai formando. Guardar em frascos escaldados e secos.
Servir fresco simples ou com queijo.
Esta é uma caneca muito antiga, não sei exactamente a quem pertenceu na família, é loiça da Caldas da Rainha e estou desconfiada que pode ser uma "Bordalo Pinheiro" embora não lhe encontre nenhuma marca.
Entretanto guardei os caroços das ginjas, se eu puser na terra será que nascem?
Se houver por aí algum leitor perito no assunto faça o favor de dizer.
Para mim ginja é sempre com elas... ainda não me decidi se gosto mais da ginjinha ou das ginjas, pelo que vou continuando a beber o licor e a comer as ginjas.
Elas chegaram de novo, talvez sejam difíceis de encontrar à venda nas cidades, mas eu tenho a sorte de a minha mãe ter uma ginjeira no quintal que todos os anos nos presenteia com os belíssimos frutos.
O meu compadre tem uma ginjeira num dos terrenos que tem lá pelas arribas do Douro, e as ginjas ficavam sempre na árvora até os pássaros as comerem ou caírem para o chão, num dia que passamos por lá para ver as vinhas, vi a árvore carregada e perguntei-lhe porque não as apanhava, ao que ele me disse que aquilo não prestava, que eram bravas e azedas, ainda assim eu que sou uma mulher persistente, agarrei num saco e apanhei para aí um quilo ou dois de ginja, cheguei a casa lavei-as, tirei-lhes o pé, sequei-as com papel absorvente e vá de as pôr numa daquelas garrafas gigantes de whisky que se costumam ver nos bares, juntei-lhes o açúcar e o pau de canela, mandei-o pôr a aguardente no dia seguinte e disse-lhe que depois a guardasse e a esquecesse por um ano. Assim foi, quando lá cheguei no ano seguinte perguntei-lhe pela garrafa e ele só me respondeu:
- Ouve aquilo é uma "pomada" há anos que não provava nada tão bom, os amigos estão fartos de me perguntar como se faz.
Foi assim que ele começou a cuidar da árvore e a colher as ginjas todos os anos para fazer a tal "pomada", que já faz sozinho e na perfeição. Não é assim compadre Zé?
A receita da ginjinha já está no blog desde o ano passado, de qualquer das formas aqui fica de novo desta vez com quantidades para uma garrafa de litro.
Ginjinha
Ingredientes:
Preparação:
Lave as ginjas, retire-lhes o pedunculo e seque-as com papel absorvente.
Coloque-as na garrafa e cubra-as de açúcar (eu uso sempre do branco pois o amarelo deixa pé quando a ginja está pronta a consumir.)
Deixe assim as ginjas a macerar no açúcar por pelo menos 24 horas a 48 horas.
Acabe de encher a garrafa com aguardente e acrescente o pau de canela.
Coloque a garrafa num local escuro e agite-a nos primeiros dias para ajudar a dissolver o açúcar.
Aguarde entre 3 a 6 meses e está pronta a consumir.
Em minha casa costumo guarda durante um ano antes de abrir para provar.
Notas: A mesma receita também funciona com ameixas vermelhas, mas tem que ser feita em frascos por causa do tamanho da fruta. Entretanto experimentei com framboesas, com amoras e com groselhas, mas ainda não vos sei dizer o resultado, porque ainda não provei, mas acredito que estará bom, pelo menos a julgar pela cor.
Claudia, from Claudia Castaldi, an italian blog I use to read, was in Lisbon last month and loved our "Ginjinha", she asked for the recipe, so this translation is for you and for all my visitors all over the world.
"A Ginginha" is located near Largo de São Domingos in Lisbon and serves ginjinha to locals and visitors since around 1840. You can choose with (com) or without (sem) cherries.
Lembrei-me que estamos na época das ginjas e para quem tenha oportunidade, vale a pena fazer um Licor de Ginja, vulgarmente conhecido por Ginjinha.
Há diversas ginjinhas famosas pelo nosso país, de todas as que provei recomendo a famosa ginjinha do Rossio em Lisboa, embora a da Casa Eduardinho na Rua do Coliseu também não lhe fique atrás.
São igualmente famosas a de Óbidos e a de Almeida da Casa da Menina Amélinha, que é uma velhinha muito simpática.
Mas ginjinha famosa mesmo era a da Tia Eva, que infelizmente já morreu há muitos anos e que me ensinou a fazer a ginjinha que faço hoje em dia lá para casa.
Diz quem prova que é boa e quem sou eu para desmentir, vai um copinho?
Fazer uma boa ginjinha é muito simples embora tenha algumas regras:
Utilize ginjas maduras mas sem qualquer tipo de beliscadura, uma boa aguardente sem cair em exageros, se não tiver hipótese de comprar aguardente caseira, uma "S. Domingos" serve perfeitamente.
Passe as ginjas por água para retirar o pó, tire-lhes os pés, e seque as ginjas com papel absorvente para retirar o excesso de água da lavagem.
Coloque as ginjas em garrafas de boca larga até 1/3 do volume da garrafa, ponha o açúcar até chegar ao nível da fruta, um pau de canela, tape e abane a garrafa ligeiramente para envolver o açúcar na fruta e deixe repousar até ao dia seguinte.
No dia seguinte, acabe de encher a garrafa com aguardente, tape e abane as garrafas diariamente durante pelo menos uma semana. Coloque rótulos e guarde-as num local escuro durante pelo menos três meses, ao final desse tempo prove para ver se está bom de açúcar, senão estiver acrescente mais uma ou duas colheres de açúcar conforme o gosto e volte a tapar a garrafa. Ao fim de seis meses está pronta a beber, mas aconselho vivamente a esperar um ano para provar o delicioso néctar...
Nota Importante:
Nunca use açúcar amarelo senão a ginja vai ficar com pé.