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Cá por casa continuamos a apostar nos pratos quentes do norte de África, por isso quando a Formiguinha num comentário me falou desta receita como sendo deliciosa para eu usar a minha conserva de limão eu não hesitei, trago-vos pois mais uma das iguarias daquela região.
A Tagine é um prato típico de Marrocos, e esta receita combina o sabor intenso do limão em conserva (salmoura) com o sabor forte e salgado das azeitonas, por isso não adicione sal ou faça-o com bastante cautela.
A conserva de limão é feita pondo os limões mergulhados no seu próprio sumo com bastante sal podendo levar alguns condimentos, depois é aguardar que o tempo faça o seu trabalho, na altura de utilizar lava-se muito bem e aproveita-se apenas a parte amarela da casca do limão.
Tagine de Frango com Limão e Azeitonas
Djej M'Chermel
Ingredientes:
Preparação:
Num tacho de ferro aqueça o azeite e doure o frango com a pele virada para baixo, quanto todo o frango estiver dourado adicione as miudezas e baixe o lume. Junte a cebola, o alho, as especiarias e as ervas aromáticas, aqueça gradualmente mexendo para envolver todos os sabores na carne, tempere com sal, muito pouco pois o limão e as azeitonas são salgados e adicione então a água, o suficiente para cobrir o frango, deixe levantar fervura, reduza de novo o lume e deixe cozinhar entre 20 e 30 minutos virando a carne de vez em quando.
Junte então a casca de limão, as azeitonas e o sumo e deixe cozinhar por mais 10 a 15 minutos.
Transfira o frango para uma travessa e se o molho estiver muito líquido aumente o lume e deixe reduzir um pouco, coloque sobre o frango e sirva de imediato. Acompanhe com arroz branco ou com cuscuz.
A receita da Tagine e parte do texto de introdução é do site The Recipe Link.
A receita da Conserva de Limão é do David Lebovitz.
Deixo-vos a minha tradução feita mais ou menos à letra:
Conserva de Limão
Ingredientes:
Preparação:
Abrir os limões em 4 sem separar totalmente, coloque uma colher de sal dentro de cada limão e vá colocando os limões dentro de um frasco de conserva, daqueles com tampa de vidro, adicione os restantes ingredientes e pressione com uma colher de pau para extrair o sumo, feche o frasco e reserve por uma noite. Repita o processo de pressionar os limões, no segundo e no terceiro dia, caso o sumo não seja suficiente para cobrir os limões adicione mais sumo. Guarde o frasco no frigorifico por um mês antes de usar, sendo que os limões conservam-se em sal e no seu prórpio sumo por cerca de 6 meses.
Para usar: Retirar o limão do frasco e passar por água, raspe a polpa e deite fora. Corte as cascas de limão em tiras finas e use conforme indicado na receita.
"No hay mejor viaje que el de la imaginación. Viajemos, pues."
Esta podia ser uma frase minha, mas não é, é da Sónia do Blog A qué saben las Nubes tal como a receita que vos trago hoje
Já todos conhecem o meu fascínio por sabores de outras paragens, viajemos pois até Tanger em busca de novos aromas.
Mas ao iniciarmos esta viagem percebemos logo que ia ser difícil encontrar um dos ingredientes básicos, o Ras el Hanout, no entanto depois de uma breve pesquisa consegui encontrar várias receitas básicas desta mistura de especiarias, todas elas diferentes e a partir das quais criei a minha própria mistura cuja receita se encontra no final deste post.
Espero que apreciem a viagem aos sabores quentes do norte de África.
Frango com Mel e Ameixas Pretas
Ingredientes:
Preparação:
Numa frigideira aquecer o azeite com o pau de canela e alourar o frango, adicionar a cebola bem picada e juntar as especiarias e o sal. Regar com o caldo de galinha, e deixar cozinhar em lume brando por uns 15 a 20 minutos.
Juntar as ameixas secas, o mel e as amêndoas e deixar cozinhar por mais 15 minutos tendo o cuidado de mexer de vez em quando para não pegar.
Retirar do lume quando o frango estiver cozido e o molho se apresente cremoso. Polvilhar com as sementes de sésamo tostadas e servir de imediato com cuscuz.
A Sónia aconselha como acompanhamento uma salada de laranjas e azeitonas pretas que eu não cheguei a experimentar mas que me deixou muito curiosa, fica para uma próxima vez.
Sobre o Ras el Hanout
É uma mistura de especiarias usada por todo o norte de África, nomeadamente em Marrocos, não existe uma combinação específica para esta mistura, cada loja e cada família tem a sua combinação que contém no mínimo uma dúzia de especiarias, mas que pode ter muitas mais.
Uma mistura típica deve conter cardamomo, cravinho, canela, piri-piri (chili peppers), coentros, cominhos, noz moscada, pimenta preta e açafrão das índias, também conhecido por cúrcuma.
Sabendo os ingredientes base e fazendo uma breve pesquisa pela receita do Ras el Hanout para saber qual a proporção de cada um dos ingredientes, criei a minha própria receita com as especiarias que tinha na minha despensa.
Ras el Hanout
Ingredientes:
Preparação:
Misturar tudo e guardar num frasco bem vedado em local seco e ao abrigo da luz.
Esta é a versão rápida porque na realidade, para o Ras el Hanout ficar bem feito as sementes deviam ser ligeiramente tostadas e depois moídas.
Não, não fomos viajar a sério, esta é apenas uma viagem pelos sabores do norte de África, bem pelo menos foi uma tentativa que esta Moira nunca andou por Marrocos.
Esta é uma sugestão para uma refeição muito agradável apesar de um pouco dispendiosa devido ao preço do camarão. E acabo de reparar que também tem imensos "Cês" na composição, quase que dava para o Alfabeto Culinário do Delícias e Talentos, se fosse publicado umas horas mais cedo.
Não se assustem com a lista de ingredientes, na realidade são muitos mas a confecção não podia ser mais simples, o camarão também pode ser substituido por peixe.
Cuscuz de Camarão com Courgettes
Ingredientes:
Preparação:
Num tacho coloque o azeite, a cebola e o alho picados e deixe aquecer um pouco, adicione o tomate e a courgette e deixe cozinhar 10 a 15 minutos. Junte o piri-piri, o pimento, uma pitada de colorau, o sal, as ervas aromáticas e o louro ponha por cima os camarões dê uma mexidela e deixe cozinhar uns 10 minutos ou mais consoante o tamanho do camarão.
Entretanto faz-se o cuscuz conforme instruções da embalagem que habitualmente é 1 copo de cuscuz para um copo de água a ferver em que se deitou uma colher de café de sal e um fio de azeite ou uma noz de margarina. Aguarda-se 5 minutos mexe-se com um garfo e está pronto a servir.
Coloca-se o cuscuz num prato de deitam-se por cima os camarões e o molho e serve-se quente.
Acompanhamos com um vinho verde Alvarinho que fez uma ligação perfeita com a refeição.
Um dos pratos mais emblemáticos de Angola é a Muamba, quando era miúda tenho a certeza que fazia birra para a comer, principalmente se viesse acompanhada de pirão no sul ou de funge na casa dos primos em Malange.
(Nota: Pirão é farinha de milho cozida e Funge é farinha de mandioca cozida)
As minhas memórias de África têm mais a ver com paisagens e aromas da terra do que com paladares gastronómicos . Vocês sabem como são os miúdos, nunca gostam de nada, e antigamente era igual, a única diferença é que hoje se não gosta não come e antigamente mesmo que não gostasse o que ia para a mesa era para comer.
Assim a minha relação com a Muamba ainda hoje é um bocadinho duvidosa, mas pediram-me para fazer e eu fiz, e comi.
É mais uma vez um prato bastante simples de executar, se usarmos óleo de palma de compra, de resto a carne a usar deverá ser galinha ou em alternativa frango do campo, e outro elemento fundamental são os quiabos, esse legumezinho estranho que ou se gosta ou se detesta, seja como for vale sempre a pena experimentar algo da cozinha Angolana que até é bastante diversificada e pouco divulgada no nosso país.
Muamba de Galinha - 2 pessoas
Ingredientes:
Preparação:
Cortar a galinha em pedaços e alourar em duas colheres de sopa de óleo de palma. Adicionar a cebola e o alho, um copo de água e deixar cozinhar a galinha até estar quase cozida, aqui usei a panela de pressão, cerca de 20 minutos. Temperar com sal e gindungo a gosto, juntar os quiabos cortados às rodelas e a courgette também cortada em rodelas e depois em quartos, deixar cozinhar em lume brando até a galinha estar cozida e o molho ficar bem espesso.
E como já vos disse que não gosto nem de pirão, nem de funge, acompanhei com um belíssimo arroz branco.
Notas:
Às vezes tenho saudades de África, não que tivesse vivido lá muitos anos, ou que tivesse lá nascido, mas os tempos que por lá passei foram felizes e diferentes.
Desses tempos e das viagens que fiz, relembro o cheiro da terra molhada e os aromas de comidas esquecidas, recordo o pôr do sol vermelho e grande e para matar a saudade faço comidas africanas.
Esta é uma receita que faço de tempos a tempos e que é sempre do agrado de todos, uma receita simples e cuja inspiração fui buscar num livro de João Carlos Silva, cujo nome neste momento não me recordo, a receita não é de todo igual, até porque a dele é feita no forno e a minha no tacho.
João Carlos Silva tinha há uns anos atrás um programa de gastronomia realizado em São Tomé e Príncipe, no qual aproveitava os recursos naturais da "roça" São Tomense para preparar três receitas em cada programa: entrada, prato principal e sobremesa.
Todos os pratos eram confeccionados ao ar livre, e João Carlos Silva, um comunicador nato, levava "literalmente" os tachos às costas pelas roças e belas paisagens de São Tomé.
A receita de hoje é uma recriação do original, que li há uns anos atrás e que me ficou vagamente na memória, peço desculpa ao seu autor se a mesma não corresponde às expectativas, a nós soube-nos bem, mesmo que não sendo a original.
Ginguba era o nome que se dava ao amendoim, e Gindungo era o nome para o piri-piri, por isso e em memória de outros tempos a receita de hoje é Frango com Ginguba.
Frango com Ginguba (Amendoim) - para 2 pessoas
Ingredientes:
Preparação:
Alourar o frango no óleo de palma, adicionar a cebola bem picadinha e deixar refogar um pouco, acrescentar a calda de tomate e um copo de água, deixar cozer em lume brando.
Adicionar o amendoim triturado, mexer e deixar cozinhar em lume muito brando, mexendo várias vezes, porque o molho engrossa bastante, tendo a tendência a pegar ao tacho, se necessário ir acrescentando um pouco de água, sendo que o molho deve ficar com uma consistência grossa. No final adicionar os coentros picados.
Acompanhem com arroz branco, e como dizia o autor no final dos seus programas: "Façam favor de serem felizes!"
Informações sobre S. Tomé e Príncipe segundo a Geotur:
S. Tomé e Príncipe fica a apenas seis horas de voo de Lisboa, é possível desfrutar de um dos últimos paraísos da terra, composto por paisagem tropical com florestas virgens, flora e fauna única no mundo, praias desertas e paradisíacas, tudo adocicado com a extrema simpatia, generosidade e tranquilidade do seu povo. São Tomé e Príncipe é formado por duas ilhas: São Tomé e Príncipe. As ilhas atraem pelas suas praias lindas, pelos seus doze meses de sol, pelas matas selvagens e montanhas, que permitem longas caminhadas por entre vegetação tropical e ainda oferecem fantásticas oportunidades de mergulho e vela.
De Clima Equatorial, com temperaturas médias anuais que variam entre os 22 e os 30º C. A temperatura varia em função da altitude (2024 metros no Pico de S. Tomé) e da pluviosidade, sendo característica uma forte densidade de humidade, quase sempre superior a 75 %. O ano caracteriza-se por duas estações: “A das chuvas” (Outubro a Maio), com temperaturas elevadas e trovoadas tropicais e a "Gravana" (Junho a Setembro), mais amena, mas com céu geralmente coberto.
Os dados e descrição do programa de gastronomia acima referido foram retirados do site da RTP.