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Este blog tem andado muito paradinho, não que não se tenha comido por aqui, apenas porque não há nada de novo, que na minha opinião seja passível de relatar.
Acontece que num destes dias calhou isso em conversa e, disseram-me que, o que para mim não merece relato para outros pode ser importante.
É assim que hoje vos trago o meu arroz preferido. Aquele que faço há anos, sempre da mesma maneira e que fica sempre do nosso agrado, mas não pensem que é algo muito especial, pelo contrário, é apenas um arroz muito simples, mas muito saboroso.
E vocês têm algum arroz que seja o vosso preferido.
Que qualidade de arroz preferem?
Gostam dele solto ou "malandrinho"?
Arroz de Cenoura com Ervilhas
Ingredientes:
Preparação:
Descascar a cenoura, cortar em quatro no sentido do comprimento e fatiar bem fininho.
Picar a cebola e o alho bem pequenino e colocar juntamente com a folha de louro e a cenoura cortada num tacho com o azeite.
Deixar refogar em lume muito brando até a cenoura começar a amolecer, adicionar o arroz lavado e juntar 2 chávenas de água quente. Quando começar a ferver adicionar as ervilhas e deixar cozinhar em lume brando até toda a água ter evaporado. Polvilhar com os coentros picados mexer e servir de imediato.
Fica muito bem com frango estufado com cebola e cerveja preta.
Notas: Habitualmente uso uma medida de arroz para duas medidas de água ou caldo, para um arroz solto. É importante lavar o arroz para lhe tirar alguma goma, no entanto a quantidade de água depende muito da qualidade do arroz.
Eu adoro arroz de bacalhau, já o meu marido odeia arroz de bacalhau, mas o amor tem destas coisas, de quando em vez fazem-se umas cedências e foi assim que saiu um arroz de bacalhau com camarões para agradar a ambos. Embora não ficasse com aquele gostinho que eu guardo de infância, ficou bastante saboroso e ele até disse que podia repetir mais vezes.
Arroz de Bacalhau com Camarão e Pimentos
Ingredientes:
Preparação:
Comece por cozer o bacalhau durante cerca de 5 minutos, deixe arrefecer um pouco e faça-o em lascas.
Faça um refogado com a cebola, o alho e o azeite.
Quando a cebola ficar translúcida junte a folha de louro, o pimento cortado aos cubinhos e a polpa de tomate. Adicione o arroz e tempere com sal, misture bem e passados poucos minutos regue com as 3 chávenas cheias de água de cozer o bacalhau.
Adicione o bacalhau às lascas e os camarões. Ferva em lume brando até o arroz ficar macio. Polvilhe com salsa picada e sirva de imediato.
Aqui não há corações cor-de-rosa, nem ursos com ar lamechas, aqui não há Valentine's Day porque eu sou contra este conceito que se criou à volta do dia de S. Valentim, que só serve para miúdos e graúdos gastarem dinheiro em presentes tolos e sem qualquer utilidade.
Eu adoro a liberdade de namorar quando eu quiser e onde quiser, sem hora nem dia marcado, é assim que deve ser, namorar sempre, cada dia, todos os dias, se possível eternamente.
Não gastem dinheiro em presentes tolos, um olhar, uma palavra, um sorriso, um beijo, têm muito mais significado que um coração cor de rosa nas mãos de um urso lamechas made in Taiwan.
Posto isto passemos à receita que vos trago hoje. Codornizes!
É dos bichos menos fotogénicos que conheço, a par com os restantes primos da família das aves, também sei que já consegui fazer melhor, tenho por aí algumas codornizes mais fotogénicas que estas, agora compreendo porque os fotografos profissionais lambuzam as aves com uma misturada de parafinas que os deixam com ar bronzeado e apetitoso.
Por aqui a mesa estava posta, tinha um amigo por cá a jantar e não podia deixá-lo esfomeado enquanto eu circulava com a câmara à volta da mesa. Soube depois que ele não comia codornizes há mais de vinte anos, acredito que depois destas não esperará tanto tempo para as provar de novo, quanto mais não seja aqui por casa.
Codornizes em Molho de Maçã, Moscatel e Nozes
Ingredientes:
Preparação:
Alourar as codornizes no azeite, virando-as até terem uma cor uniforme, temperar com sal e pimenta de moinho, adicionar a cebola picada e juntar o vinho moscatel. Descascar e cortar as maçãs às fatias ou aos cubos e adicionar, bem como as nozes e o tomilho, deixar cozinhar tapado em lume brando por uns 20 a 30 minutos. Se o molho começar a secar adicionar um copo de água.
Servi com arroz de espinafres (receita de um folheto do P. Doce).
Arroz de Espinafres
Ingredientes:
Preparação:
Colocar a cebola picada no tacho juntamente com o azeite e o arroz e deixe fritar, adicione a água a ferver e o sal, mexa com uma colher e deixe cozinhar 12 minutos com o tacho tapado. Junte as folhas de espinafres, misture e retire do lume. Deixe o tacho tapado 2 a 3 minutos antes de servir.
Nota: As receitas de hoje são para 3 pessoas.
Este é para mim um prato de Outono, pode servir como acompanhamento a uns pastelinhos de bacalhau, um peixe frito ou uns filetes, mas acreditem que eu até gosto dele simples sem mais nada.
Para norte faz-se com salsa, para sul é mais com coentros, a escolha das ervas é ao gosto de cada um, embora eu prefira com coentros, deve ser da minha costela árabe.
E porque é que isto hoje me veio à ideia? Porque, na minha opinião, vou almoçar os melhores pastéis de bacalhau da região de Lisboa, não, não fui eu que os fiz, são feitos pelas maravilhosas cozinheiras da empresa onde trabalho, desfiando o bacalhau à mão e com a ajuda de um pano, passando a batata cozida num passe-vite gigante e moldando os pastéis entre duas colheres de sopa, tal como me lembro de ver a minha avó a fazer.
Fiquem com o arroz que eu vou ali comer um pastelinho e já volto.
Arroz de Feijão
Ingredientes:
Preparação:
Num tacho coloca-se o azeite, a cebola e o alho picados e deixa-se refogar uns minutos até a cebola ficar translúcida. Entretanto retira-se a pele e as sementes ao tomate e pica-se também. Adiciona-se à cebola e deixa-se cozinhar por breves minutos, mexendo para desfazer ao máximo o tomate, se necessário salpica-se com água.
Quando o tomate estiver cozinhado, junta-se o arroz, a água, o sal e a folha de louro, assim que ferver baixa-se o lume, quando tiver evaporado metade da água da cozedura, adiciona-se o feijão e a salsa ou os coentros, acabar de cozinhar retirar a folha de louro e servir quente.
Nota: Para quem gosta do sabor, mas não gosta de encontrar as ervinhas picadas na comida, faz um molhinho com as ervas inteiras, ata com uma linha e coloca assim no tacho, quando terminar retira e deita fora.
Toda a gente que me conhece um pouco sabe que eu não gosto de comidas misturadas, jardineiras, massadas e arrozes. Não gosto de arroz de carne, detesto cabidelas e não é pelo sangue é mesmo por estar tudo misturado e também não gosto de arroz de coelho, que a minha avó fazia vezes sem conta para deleite da maioria da família sendo eu a excepção. Na família do meu marido também todos gostam de cabidelas, arrozes e afins, continuando eu a ser a ovelha negra...
Mas hoje fiz arroz de coelho para o jantar, e comi... e não foi porque eu quisesse fazê-lo, proporcionou-se pela falta de tempo que é uma coisa lixada.
De manhã ao sair de casa temperei o coelho para assar no forno, ou pelo menos essa era a minha intenção, acontece que a minha mãe foi hospitalizada para uma pequena cirurgia, que correu bem felizmente, e eu fui vê-la ao hospital depois de sair do trabalho.
Cheguei a casa tarde e o coelho em vez de ir para o forno foi para o tacho, mais precisamente para a panela de pressão para ser mais rápido, tentei pensar num acompanhamento, mas nada me ocorria, entretanto ao abrir a panela para rectificar a cozedura do bicho deparei-me com uma enorme "sopa" de caldo, culpa minha é claro, que, por desatenção ou por pressa, acrescentei demasiada água na panela que sendo de pressão ainda acrescentou mais alguma do vapor.
Naquele momento pensei que não havia nada a fazer e o melhor era fazer um arroz naquele caldo, passando da ideia à acção de imediato que eram 10h da noite e a fome já se fazia sentir.
O meu marido entretanto pergunta-me o que é o jantar e antes de eu responder olhou para dentro da panela e com o ar mais infeliz do mundo e de voz quase sumida diz-me: Tu não sabes que eu não gosto de arroz de coelho?
Ops! ... ... Fez-se silêncio! Não me ocorreu, disse-lhe, mas agora é o que temos e como eu também não gosto de arroz de coelho, comemos e pronto! Se isto fosse no tempo da minha bisavó tenho a certeza que a coisa ficaria feia, se é que me entendem...
Foi assim que os dois nos sentamos à mesa, no mais profundo dos silêncios e com o ar mais infeliz do mundo.
À primeira garfada o semblante mudou, à segunda o ar era de satisfação e no final não sobrou um grão de arroz.
Mas cá entre nós que ninguém nos ouve não contem isto a ninguém, para todos os efeitos e perante toda a família: Nós não gostamos de arroz de coelho.
Esta foi uma excepção que conto repetir num destes dias, e na nossa opinião estava perfeito. (shiuuuuu! É segredo!)
Mas para que fique bem claro e não restem dúvidas eu continuo a não gostar de comida misturada e se alguém disser o contrário, mesmo que apresente provas, eu faço como os políticos e nego tudo.
Arroz de Coelho
Ingredientes:
Preparação:
Temperar o coelho com o sal, o louro, o alho, o tomilho, o colorau, o vinho branco e uma colher de sopa de azeite, deixar assim um bom par de horas.
Na panela de pressão colocar 2 colheres de sopa de azeite e alourar o coelho por todos os lados, adicionar a cebola cortada em gomos finos, mexer e juntar o líquido da marinada coado. Nesta altura devo ter junto cerca de um copo de água. Fechar a panela e deixar cozer por cerca de 15 a 20 minutos.
Deixar sair o vapor antes de abrir a panela, nunca é demais lembrar que enquanto se ouvir barulho do vapor a sair da panela não se pode abrir para não correr o risco de uma queimadura grave.
Retirar o coelho para um prato e reservar, acrescentar os cogumelos, o arroz e 2 copos de água ou um pouquinho mais para o arroz cozer e ficar ligeiramente caldoso, rectificar o sal e assim que o arroz estiver cozido servir de imediato para não empapar.
Notas: Usei uma mistura de cogumelos congelados marca continente, muito bons por sinal. O arroz é da região de Alcácer do Sal, marca Ceifeira, usei agulha extra longo, experimentem porque é um arroz excepcional, quer o agulha quer o carolino.