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O quintal da minha mãe é um pequeno oásis à beira da cidade onde a passarada se reúne para comer e beber. Eu diria que por lá se fazem verdadeiros banquetes porque ou estamos atentos ou quando a fruta amadurece já tem uma bela colecção de bicadas.
As Physalis do quintal da minha mãe são ligeiramente ácidas, as doces comem-nas os pássaros, e para que não desapareçam todas no festim da passarada, ela vai apanhando uma aqui, outra ali e vai congelando. Quando tem um saquinho delas manda para minha casa, que eu é que sou a mulher das compotas.
Compota de Physalis e Vinho Moscatel
Ingredientes:
Preparação:
Colocar todos os ingredientes mexer, esmagar algumas das frutas e deixar macerar por 1 hora,
Levar o tacho ao lume deixar levantar fervura, baixar o lume e deixar cozinhar por 15 a 20 minutos mexendo de quando em vez para não pegar ao fundo.
Coloque em frascos esterilizados e quentes, tape de imediato e deixe arrefecer.
Esta compota fica bem com Torradas, misturada no iogurte natural não açucarado e com queijos, frescos ou de cura média.
Esta é daquelas sobremesas que não é dificil de fazer, nem é demasiado calórica, ainda por cima faz sempre um enorme sucesso junto dos nossos amigos gulosos.
A receita andava por aqui esquecida, mas como sei que é daquelas que eu própria não vou querer perder, aqui fica o registo.
Ainda anda alguém por aí que a queira experimentar?
Pudim de Ananás e Coco
Ingredientes:
Preparação:
Colocar as folhas de gelatina de molho em água fria por alguns minutos.
Levar o leite de coco ao lume, quando começar a levantar fervura, desligar, juntar-lhe as folhas de gelatina bem escorridas e mexer para dissolver.
Bater os iogurtes com uma vara de arames e juntar o leite de coco, mexendo mais um minuto.
Colocar em copinhos individuais ou em forma plástica para pudim untada com uma colherzinha de chá de óleo vegetal. Levar ao frio para solidificar.
Cerca de uma hora depois, preparar a gelatina de ananás.
Guardar 3 ou 4 rodelas de ananás para decoração. Levar a calda do ananás ao lume, quando levantar fervura adicionar a gelatina de ananás e mexer para dissolver. Num copo misturador triturar as restantes rodelas de ananás, juntar ao preparado da gelatina e mexer, deixar arrefecer um pouco e colocar por cima do preparado de coco que já deverá estar sólido.
Servir fresco, com umas folhinhas de hortelã e coco ralado torrado.
A minha mãe chamava-lhe carinhosamente peixe de frango assado e para nós as palavras frango assado eram o que bastava para nos sentarmos à mesa e comermos sem reclamar.
Não sei como é que ela nos conseguia enganar mas certo é que nos levava a comer peixe com um blá blá blá que para nós, na altura nos parecia convincente.
Há anos que não comia carapaus assados assim, outro dia, nem sei bem porquê, lembrei-me desta pérola da minha infância e resolvi fazê-los. Espero que gostem!
Carapaus Grelhados
Ingredientes:
Preparação:
Tempere os carapaus com todos os ingredientes e deixe marinar por meia hora.
Grelhe os carapaus sem os deixar secar demasiado e sirva regado com sumo de limão, uma salada ou legumes cozidos.
No Dia de Reis costumo fazer Bolo Rainha, este ano resolvi fazer as filhoses da minha mãe, por várias razões.
A minha mãe, com 80 anos feitos, é uma excelente cozinheira, e como a maioria dos que sabem cozinhar bem faz quase tudo "a olho", sendo praticamente impossível obter uma receita. Este Natal resolvi ir para o pé dela com o pretexto de ajudar e não a deixei colocar nada no alguidar sem ser préviamente pesado, pelo que finalmente aprendi a fazer estas filhoses que são tradição na família desde tempos remontam pelo menos às minhas bisavós, materna e paterna.
E como a melhor forma de consolidar conhecimento é passar à prática, resolvi fazê-las para festejar o Dia de Reis e encerrar a quadra natalícia.
Mas vamos ao que importa, as filhoses da minha mãe. Apesar de redondas não são sonhos, são filhoses de abóbora, não levam ovos, nem açúcar na massa e são do tipo das que se fazem na Beira Litoral. ao longo dos anos sofreram ligeiras alterações introduzidas pela minha mãe que as começou a enriquecer, acrescentando frutos secos à massa. Se preferir as tradicionais basta não acrescentar os frutos.
Filhoses de Abóbora com Frutos Secos
Ingredientes:
1500 g de abóbora cozida com a casca de uma laranja
1000 g de farinha de trigo
sal q.b. para temperar a abóbora
1 cálice de boa aguardente (ou grappa italiana também serve)
1 saqueta de fermipan (11g de fermento granulado de padeiro)
1 caneca de frutos secos variados (passas de uva sem grainhas, pinhões, nozes, etc.)
Preparação:
De véspera cozer a abóbora com a casca de laranja e uma pitada de sal. Depois de cozida guardar alguma água (pode vir a ser necessária ou não), e colocar a abóbora e a casca de laranja num passador para escorrer a água. Isto é importante, porque se a abóbora for com muita água para a massa as quantidades dadas nesta receita já não resultam.
Na manhã seguinte triture a abóbora com a casca de laranja e coloque num alguidar ou numa taça bastante grande, não se esqueça que a massa vai levedar e dobrar de volume.
Adicione 1 cálice de boa aguardente, junte o fermento e aos poucos vá juntando a farinha e vá batendo até a massa começar a fazer bolhas, Quando isso acontecer, junte os frutos secos mexa mais um pouco. Tape o alguidar com um pano e tape-o com um cobertor por um bom par de horas, 2 a 3 horas até a massa dobrar de volume.
Ao fim desse tempo, coloque uma frigideira funda ao lume e deite óleo, de preferência novo, não vamos querer filhoses a saber a rissóis, batatas fritas ou pastéis de bacalhau, certo ?
Deixe o óleo aquecer bem, antes de começar a fritar colheradas de massa. Fritar a massa também tem segredos, se colocar grandes porções a massa vai ficar dourada por fora e crua por dentro, por isso e para não ter tentações o melhor é usar uma colher de sobremesa ou uma colher de sopa das pequenas. Vai retirando pequenas porções com uma colher e com outra ajuda a massa a cair da colher para dentro do óleo. A massa vai ao fundo e depois vem ao de cima, vá virando as filhoses de vez em quando para ficarem douradas por igual e fritas por dentro. Isto demora cerca de 8 a 10 minutos mais ou menos. Retire as filhoses do óleo, escorra-as bem em papel absorvente e passe-as por açúcar e canela.
Notas importantes:
Pode bater a massa à mão se isso lhe der prazer, mas depessa vai ficar cansada e uma batedeira normal, daquelas de bater as claras vai fazer exactamente o mesmo trabalho com menos esforço.
A massa deve ter a consistência da massa de um bolo, se ela começar a subir pelas varas da batedeira e a formar uma bola cá em cima, quer dizer que está demasiado espessa, a solução é acrescentar um bocadinho da água da cozedura que guardou, mas só umas colheradas de cada vez, para não ficar muito líquida.
Quanto à aguardente, tem de ser mesmo aguardente, nada de whisky, brandy, vodka ou outras bebidas do tipo porque o sabor nunca será o mesmo.
Quando fritar as primeiras filhoses, o meu conselho é que abra uma para ter a certeza que está cozida por dentro, assim é sempre mais fácil calcular o tempo para as restantes.
10 anos! Sério que passou tanto tempo? Ainda está alguém desse lado?
O Tertúlia está de parabéns. Completou 10 anos de existência no dia 20 de Novembro e eu nem me dei conta.
Mas como para mim os aniversários têm que ser comemorados deixo-vos uma receita nova à laia de desculpa pela minha ausência durante este último ano. A vida dá voltas, nem sempre aquelas que nós queremos, mas o caminho é em frente e por isso eu vou continuar por aqui, mesmo que seja só de vez em quando.
Bola de Queijo
Ingredientes:
Preparação:
Num robot de cozinha ou no 123, pique o presunto muito bem picado. Pique o ananás muito bem picado e escorra muito bem, se necessário use papel de cozinha para o secar.
Misture o presunto com o ananás e com o requeijão para barrar e envolva o requeijão com alho e ervas com essa pasta. Leve ao frio por cerca de uma hora ou duas.
Passe a bola de queijo pelas nozes picadas e sirva com bolachas de água e sal ou tostas.