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Penha Garcia - 490 Milhões de Anos Depois

por Moira, em 14.05.10

Penha Garcia fica na encosta da Serra com o mesmo nome na margem direita do Rio Pônsul, foi povoada no neolítico, foi castro lusitano e por lá também passaram os Romanos.

O seu castelo foi edificado, sobre um castro Romano, pelos Templários e dele ainda restam algumas muralhas em bom estado de conservação, lá em cima a vista é deslumbrante e impossível de descrever por palavras, no vale temos ao longo do rio inúmeros moinhos azenha

Ao fazermos o percurso pedestre que desce do castelo até à barragem a boca abre-se de espanto, quando entramos pelos caminhos junto ao rio, é que nas fragas de Penha Garcia de rocha quartzítica, encontram-se a céu aberto, inúmeros fósseis marinhos, a maioria deles são rastos de trilobites, um dos seres que habitou o fundo dos mares há mais de 490 milhões de anos atrás

Depois de há uns anos atrás ter visitado as gravuras do Vale do Côa e ter ficado fascinada, para quem não sabe eu sou uma aficionada nesta matéria, ao visitar o parque geológico de Penha Garcia, senti um arrepiozinho na espinha ao perceber logo pelo caminho que a meus pés gravados na pedra estavam milhões de anos de história.

Aos rastos das trilobites visíveis nas fotos acima chamam-se Cruzianas, embora sejam conhecidos pelo povo como cobras pintadas.

 

Fizemos o percurso pela manhã de uma sexta-feira, dia de trabalho para o comum cidadão, não havia mais ninguém por lá, por isso a visita guiada foi feita em exclusivo para nós por um vigilante que era de uma enorme simpatia e cujo nome imperdoavelmente não perguntei.

Dos vários moinhos-azenha, alguns foram restaurados e estão prontos a funcionar para deleite dos visitantes mostrando como era moído o grão que se transforma em farinha e que fazia os pães da zona que ainda hoje são muito afamados. Intactas estão ainda as casas dos moleiros com os diversos utensílios necessários para o seu dia-a-dia.

O percurso pedestre tem cerca de 3 km e far-se-ia numa hora, não fosse eu parar a cada 5 minutos para apreciar cada pequeno pormenor, o vale ao longo do rio Pônsul é muito bonito e sentimo-nos em directa comunhão com a natureza, apetece ficar por ali a preguiçar mais umas umas horas, mas temos que seguir viagem.

E para homenagear esta bela região e o trabalho dos moleiros, nada melhor que um pão, não é o de Penha Garcia, cuja receita desconheço, mas um pão à minha maneira.

Pão de Trigo e Cevada

Ingredientes:

  • 350 g de Farinha de Trigo T65
  • 100 g de Farinha de Trigo Integral
  • 50 g de Farinha de Cevada
  • 1 colher de chá de sal
  • 350 ml de água tépida
  • 1 pacote de Fermipan
  • 1 punhado de sementes de linhaça para decorar

Preparação:

Numa taça colocar as farinhas, o sal e o fermento, adicionar a água, amassar e deixar fermentar durante cerca de uma hora em local abrigado, ou até que a massa dobre de volume.

Com as mãos enfarinhadas dar forma ao pão e deixar de novo a fermentar, pincelar com água, polvilhar com as sementes de linhaça, fazer uns golpes ao longo do comprimento do pão e levar ao forno quente por cerca de 30 minutos ou até estar cozido.

Nota: A farinha de cevada compra-se em lojas de produtos naturais tal como as sementes de linhaça.

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publicado às 23:53


34 comentários

De Suzana a 17.05.2010 às 10:05

Moira,
É incrível como a história enquadra a comida e torna tudo mais fácil de compreender, desde os sabores aos saberes. Atrevo-me a dizer que no caso do pão devia ser sempre assim... Gosto muito de percorrer contigo estes caminhos de pedra e encontrar no final um belo pão. Nada mais perfeito!

Bj e boa semana

De Moira a 17.05.2010 às 17:23

Suzana,
Não imaginas como me senti criança quando o vigilante pôs o moinho a funcionar e nos mostrou os procedimentos, podia ser um trabalho duro, mas o pão era muito mais genuíno.
Agora restam-nos as lembranças para recordar.
Bjs e boa semana

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