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Penha Garcia fica na encosta da Serra com o mesmo nome na margem direita do Rio Pônsul, foi povoada no neolítico, foi castro lusitano e por lá também passaram os Romanos.
O seu castelo foi edificado, sobre um castro Romano, pelos Templários e dele ainda restam algumas muralhas em bom estado de conservação, lá em cima a vista é deslumbrante e impossível de descrever por palavras, no vale temos ao longo do rio inúmeros moinhos azenha
Ao fazermos o percurso pedestre que desce do castelo até à barragem a boca abre-se de espanto, quando entramos pelos caminhos junto ao rio, é que nas fragas de Penha Garcia de rocha quartzítica, encontram-se a céu aberto, inúmeros fósseis marinhos, a maioria deles são rastos de trilobites, um dos seres que habitou o fundo dos mares há mais de 490 milhões de anos atrás
Depois de há uns anos atrás ter visitado as gravuras do Vale do Côa e ter ficado fascinada, para quem não sabe eu sou uma aficionada nesta matéria, ao visitar o parque geológico de Penha Garcia, senti um arrepiozinho na espinha ao perceber logo pelo caminho que a meus pés gravados na pedra estavam milhões de anos de história.
Aos rastos das trilobites visíveis nas fotos acima chamam-se Cruzianas, embora sejam conhecidos pelo povo como cobras pintadas.
Fizemos o percurso pela manhã de uma sexta-feira, dia de trabalho para o comum cidadão, não havia mais ninguém por lá, por isso a visita guiada foi feita em exclusivo para nós por um vigilante que era de uma enorme simpatia e cujo nome imperdoavelmente não perguntei.
Dos vários moinhos-azenha, alguns foram restaurados e estão prontos a funcionar para deleite dos visitantes mostrando como era moído o grão que se transforma em farinha e que fazia os pães da zona que ainda hoje são muito afamados. Intactas estão ainda as casas dos moleiros com os diversos utensílios necessários para o seu dia-a-dia.
O percurso pedestre tem cerca de 3 km e far-se-ia numa hora, não fosse eu parar a cada 5 minutos para apreciar cada pequeno pormenor, o vale ao longo do rio Pônsul é muito bonito e sentimo-nos em directa comunhão com a natureza, apetece ficar por ali a preguiçar mais umas umas horas, mas temos que seguir viagem.
E para homenagear esta bela região e o trabalho dos moleiros, nada melhor que um pão, não é o de Penha Garcia, cuja receita desconheço, mas um pão à minha maneira.
Pão de Trigo e Cevada
Ingredientes:
Preparação:
Numa taça colocar as farinhas, o sal e o fermento, adicionar a água, amassar e deixar fermentar durante cerca de uma hora em local abrigado, ou até que a massa dobre de volume.
Com as mãos enfarinhadas dar forma ao pão e deixar de novo a fermentar, pincelar com água, polvilhar com as sementes de linhaça, fazer uns golpes ao longo do comprimento do pão e levar ao forno quente por cerca de 30 minutos ou até estar cozido.
Nota: A farinha de cevada compra-se em lojas de produtos naturais tal como as sementes de linhaça.