Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O tempo passa depressa, já passaram quinze dias e chegámos de novo a sexta-feira, dia de Dorie às Sextas, o desafio desta quinzena eram uns queques de milho do livro Baking, desta vez não fiz grandes alterações, mas para além da versão original experimentei duas variantes, ambas saborosas, no entanto, uma delas fez-me viajar no tempo até à minha infância.
Tal como o Ego no filme Ratatui o meu pensamento voou a um tempo distante, tão distante que nem eu sabia que tinha recordações, ou memórias dessa idade.
Uma pingarelha de seis andava atrás das saias da minha avó, que, de lenço na cabeça e com o seu avental branco às riscas verdes, desbotado mas engomado a preceito, cozinhava o que irira ser o almoço.
Numa tigela a cebola e a salsa picadas com paciência e lágrimas, que as cebolas sempre foram bravas, noutra meia dúzia de ovos das galinhas que alimentava com couves migadas e grãos de milho.
Os ovos das galinhas da minha avó às vezes tinham duas gemas amarelinhas como o sol, que ele guardava para a menina.
A avó pegou num garfo e começou a bater os ovos, sem pressas, que os tempos eram outros, depois, juntava uma pinga de leite, dizia, que ficavam mais gostosos.
Retirava a frigideira de ferro de dentro de um armário cor de ferrugem que fazia parte da mesa da cozinha e colocava-a ao lume, esse armário também servia para me esconder quando queria estar apenas no meu mundo e só de lá saía quando ouvia a minha avó já asustada por não me encontrar, não me consigo recordar dos passos seguintes, a memória é traiçoeira e há coisas que nos fogem, mas deles surgia um pastelão amarelinho salpicado de verde que alimentava pelo menos quatro bocas, tinha o sabor dos pastelões que só a minha avó sabia fazer e ainda hoje alimenta as minhas memórias.
A variante dos queques da Dorie que levaram cebola e salsa tinham a essência do sabor dos pastelões da minha avó, sabor a saudade, não é preciso dizer porque gostei tanto deles, pois não?
Espero que gostem tanto deles como eu.
Entretanto, e até dia 28 de Janeiro, está a decorrer a votação para apurar os melhores blogs do ano de 2011, promovido pelo Aventar, não se esqueçam de passar por lá para votar nos vossos blogs preferidos. O Tertúlia de Sabores, como é óbvio, está na categoria de Culinária.
Mas as novidades não acabam por aqui, no próximo sábado, na TVI 24, às 23 horas, no programa Combate de Blogs, o Tertúlia de Sabores e o No Soup For You estarão numa pequenina reportagem. Não percam!
Queques de Milho Salgados
Receita original do Livro Baking: From My Home to Yours da Dorie Greespan
Ingredientes:
Preparação:
Utilizei uma chávena com a capacidade de 200 ml
Começar por colocar numa chávena uma colher de sopa de sumo de limão e acabar de encher com leite para fazer o buttermilk. Ao fim de 10 minutos vão notar que o leite coalhou e ficou idêntico a um iogurte pouco espesso e de aspecto esfarrapado, está pronto a ser usado.
Numa taça misturar todos os elementos sólidos excepto o milho.
Noutra taça colocar o ovo e a gema e bater ligeiramente, adicionar o azeite, a margarina e o buttermilk
Adicionar os líquidos aos sólidos mexendo com uma vara de arames, juntar o milho, colocar em forminhas untadas e enfarinhadas e levar ao forno aquecido a 200º C entre 10 a 15 minutos ou até estarem dourados por cima e ao introduzir um palito no centro ele saia seco.
1ª Variante
Adicionar a metade da massa 2 colheres de sopa de salsa picada e uma cebola pequena picadinha. Esta foi a minha versão preferida, a repetir muitas vezes.
2ª variante
Adicionar a metade da massa queijo de cabra aos cubinhos.
Outras variantes possíveis mas ainda não testadas:
Notas:
Em relação à receita original omiti as seis colheres de açúcar pois pessoalmente acho que não acrescentam nada à receita.
Estes queques podem ser congelados e posteriormente aquecidos.
Podem usar farinha de milho branca pois o sabor do milho fica lá e só altera na cor.
Em vez de um ovo grande e uma gema podem usar dois ovos pequenos.
A dica para substituir o buttermilk veio do blog Chucrute com Salsicha.
A palavra portuguesa para buttermilk é leitelho, mas confesso que nunca tinha ouvido falar em tal coisa.