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"No hay mejor viaje que el de la imaginación. Viajemos, pues."
Esta podia ser uma frase minha, mas não é, é da Sónia do Blog A qué saben las Nubes tal como a receita que vos trago hoje
Já todos conhecem o meu fascínio por sabores de outras paragens, viajemos pois até Tanger em busca de novos aromas.
Mas ao iniciarmos esta viagem percebemos logo que ia ser difícil encontrar um dos ingredientes básicos, o Ras el Hanout, no entanto depois de uma breve pesquisa consegui encontrar várias receitas básicas desta mistura de especiarias, todas elas diferentes e a partir das quais criei a minha própria mistura cuja receita se encontra no final deste post.
Espero que apreciem a viagem aos sabores quentes do norte de África.
Frango com Mel e Ameixas Pretas
Ingredientes:
Preparação:
Numa frigideira aquecer o azeite com o pau de canela e alourar o frango, adicionar a cebola bem picada e juntar as especiarias e o sal. Regar com o caldo de galinha, e deixar cozinhar em lume brando por uns 15 a 20 minutos.
Juntar as ameixas secas, o mel e as amêndoas e deixar cozinhar por mais 15 minutos tendo o cuidado de mexer de vez em quando para não pegar.
Retirar do lume quando o frango estiver cozido e o molho se apresente cremoso. Polvilhar com as sementes de sésamo tostadas e servir de imediato com cuscuz.
A Sónia aconselha como acompanhamento uma salada de laranjas e azeitonas pretas que eu não cheguei a experimentar mas que me deixou muito curiosa, fica para uma próxima vez.
Sobre o Ras el Hanout
É uma mistura de especiarias usada por todo o norte de África, nomeadamente em Marrocos, não existe uma combinação específica para esta mistura, cada loja e cada família tem a sua combinação que contém no mínimo uma dúzia de especiarias, mas que pode ter muitas mais.
Uma mistura típica deve conter cardamomo, cravinho, canela, piri-piri (chili peppers), coentros, cominhos, noz moscada, pimenta preta e açafrão das índias, também conhecido por cúrcuma.
Sabendo os ingredientes base e fazendo uma breve pesquisa pela receita do Ras el Hanout para saber qual a proporção de cada um dos ingredientes, criei a minha própria receita com as especiarias que tinha na minha despensa.
Ras el Hanout
Ingredientes:
Preparação:
Misturar tudo e guardar num frasco bem vedado em local seco e ao abrigo da luz.
Esta é a versão rápida porque na realidade, para o Ras el Hanout ficar bem feito as sementes deviam ser ligeiramente tostadas e depois moídas.
Para satisfazer os pedidos de alguns gulosos, dos que provaram e dos que apenas viram as fotos, hoje temos biscoitos.
Mas antes da receita algumas reflexões sobre blogs e outras coisas a eles inerentes.
Como sabem este blog completou três anos de existência no passado mês de Novembro, e de vez em quando recebo pedidos para opinar sobre o aspecto ou o conteúdo de blogs que estão agora a começar, eu não sou perita em coisa nenhuma, excepto no que diz respeito ao comando dos tachos na minha casa, mas, ao longo deste tempo que afinal parece tão breve, aprendi que nestas andanças de blogs devemos deixar que as coisas aconteçam naturalmente e ao seu ritmo.
Aspecto Gráfico e não só
Para quem está agora a começar o meu conselho é que sejam originais, isso vai fazer com que o vosso blog seja especial, por vezes único, para quem o lê, para isso a apresentação visual do blog é importante e deve ser conjugada com outros factores não menos importantes como a fotografia, a originalidade das receitas e até dos textos.
Comentários e Visibilidade
Para que as pessoas saibam que o vosso blog existe não há necessidade de deixar links para o vosso blog em cada comentário que fazem noutros blogs, pois isso soa tipo eu estou aqui venham visitar-me, ou tipo eu passei por cá agora tens que me retribuir a visita. Deixem comentários genuínos que como disse acima as coisas acontecem naturalmente, as visitas não aumentam de um dia para o outro apenas porque deixamos comentários noutros blogs, elas são fruto de um trabalho árduo que é feito a cada post que publicamos.
Eu pessoalmente não sou amiga de semear comentários por todos os blogs que visito, e são muitos acreditem, prefiro responder aos comentários que me deixam, por uma questão de gentileza e só comento postagens que realmente me agradam, mas isso foi uma decisão minha e não me considero exemplo para ninguém.
Ritmo
Não há necessidade de publicar diariamente, mas é importante manter um ritmo mais ou menos constante e um conteúdo interessante.
Fotografia
Outra coisa importante é o que diz respeito à fotografia, continuo a ver por aí muitos blogs com uma foto de cada nação, ou seja a pessoa coloca a receita e vai ao google procurar uma foto que ilustre aquilo que fez, isto confesso que é das coisas que mais me tira do sério como dizem as minhas amigas brasileiras, principalmente quando não dão os créditos à pessoa que fotografou. É que tirar fotografias dá trabalho, em muitos casos é necessário criar um cenário, e fazer uma quantidade de fotos acima do normal para escolher aquela que melhor ilustra o prato que fizemos, sujeitando-se no final a comer tudo frio, a receber reclamações de quem está á espera para comer para no final ver a sua foto roubada, digamos que não é justo.
As Ideias e As Fontes para uma Partilha Saudável
As grandes ideias raramente surgem do nada, por isso não tenham receio de dizer que o resultado magnífico que tiveram numa determinada receita por todos elogiada foi fruto de inspiração, numa revista, num livro, num site, num fórum ou num blog mesmo que escrito em javanês.
O que quero com isto dizer ?
É que o mundo é pequeno e de repente alguém pode chegar à receita original com um simples click do rato e perceber que afinal aquele blog com ideias tão giras afinal limita-se a copiar o trabalho de outras pessoas, não seria bonito pois não?
Quem me acompanha sabe que desde o início faço questão de mencionar as fontes das receitas que reproduzo, muitas vezes o resultado final já nada tem a ver com o original, mas ainda assim considero importante divulgar a fonte da receita ou da inspiração que levou à receita.
E aqui dou-vos um exemplo prático, a receita que vos trago hoje foi inspirada numa receita do Livro de Receitas básicas da Bimby que foi publicada no Blog Pão e Beldroegas recentemente.
Entre os Bolinhos da Olinda da Gisela e os meus Biscoitos de Alfarroba e Amêndoa existem diferenças consideráveis, quer no aspecto, quer no sabor.
Eu podia fazê-los, fotografá-los e publicá-los sem que ninguém desse por isso, mas para a mim não seria a mesma coisa, e este para mim é um dos factores mais importantes, por uma questão de ética eu faço questão de indicar sempre que possível a origem de cada receita.
Espero que os conselhos sejam úteis para quem começa agora e que também possam ajudar a mudar alguns hábitos de quem já anda por aí há algum tempo. Críticas são sempre bemvindas, desde que construtivas e sugestões são uma bênção caída do céu.
Biscoitos de Alfarroba e Amêndoa
Ingredientes:
200g de farinha de trigo
50 g de farinha de alfarroba
50 g de amêndoa moída
100g de açúcar
100g de manteiga
1 ovo pequeno + 1 clara
1 colher de chá de fermento em pó
100 g de amêndoa lascada para pôr por cima dos biscoitos
Preparação Tradicional
Colocar todos os ingredientes numa taça e misturar bem, com a ajuda de uma batedeira, ou uma colher de pau, até a massa ficar moldável.
Tender pequenas bolinhas, achatá-las ligeiramente e passar a parte de cima das mesmas por amêndoa lascada. Dispor num tabuleiro forrado de papel vegetal. Levar ao forno a cozer durante 10 minutos a 180º.
Preparação Bimby / Thermomix
Colocar todos os ingredientes, excepto a amêndoa lascada, no copo e programar 15 segundos, vel. 6.
Tender pequenas bolinhas, achatá-las ligeiramente e passar a parte de cima das mesmas por amêndoa lascada. Dispor num tabuleiro forrado de papel vegetal. Levar ao forno a cozer durante 10 minutos a 180º.
Fonte - Livro base da Bimby baseado nos Bolinhos da Olinda
A primeira vez que as provei foi há vários anos atrás em Cambados, na Galiza e não mais esqueci o seu sabor delicado, esta semana vi-as à venda congeladas mas de boa qualidade por isso não hesitei em comprá-las para experimentar uma receita que me parece perfeita para o dia de Natal e que estará decerto na minha mesa.
É uma entrada simples e o único inconveniente é apenas o preço, as vieiras não são acessíveis a todas as bolsas, nem tão pouco à minha por isso opto por as consumir apenas em alturas festivas.
Para fazer esta receita inspirei-me nesta receita da Elvira's Bistrôt, nesta do El Grand Chef e nesta do Velocidad Cuchara, todas me pareceram óptimas, mas por não ter todos os ingredientes para cada uma delas acabei por criar a minha versão, que foi degustada e aprovada por maioria cá em casa.
Alternativas são possíveis, como por exemplo usar as sobras de bacalhau da noite de Natal, ou fazê-las com peixe e camarão em vez das vieiras.
Vieiras Gratinadas
Ingredientes:
Preparação:
Descongele as vieiras, passe-as por água e seque muito bem com papel absorvente.
Faça um refogado com o azeite, a cebola e o alho, quando a cebola estiver transparente, adicione os cogumelos picados e o vinho verde, tempere com sal e pimenta e deixe cozinhar até evaporar quase todo o líquido.
Junte as natas misture bem e cubra as Vieiras polvilhe com o pão ralado e leve ao forno quente a 200º sem ventilador cerca de 20 minutos ou até o pão estar dourado.
Notas: Pode substituir os coentros por salsa se preferir. O receita do pão ralado com coentros vem no Livro de Receitas Básicas da Bimby / Thermomix, mas pode ser feita noutro robot de cozinha, para isso basta triturar pão velho com coentros picados.
Na galiza as vieiras normalmente levam molho de tomate em vez das natas e também ficam muito boas.
Para acompanhar, aconselho um vinho verde, se estiver em Espanha a minha preferência vai para um vinho verde da casta Ribeiro, se estiver em Portugal a minha escolha vai para um vinho verde da casta Loureiro, mas não pensem que tenho alguma coisa contra os Alvarinhos ou Albariños.
Com esta receita participo no desafio do Lazyblog, por cá não encontro os produtos Santa Teresa para com eles elaborar a receita, mas ainda assim aqui deixo o meu contributo para um Natal mais saboroso.