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Já tinha visto por aí, mas na realidade nunca pensei que fosse tão bom.
Sendo uma pessoa que gosto de praticamente tudo às vezes não sou muito dada a inovações, eu passo a explicar, para mim o requeijão é bom salgado e com ervas ou doce com compota de abóbora.
Por isso a ideia de pespegar com um requeijão no forno a alta temperatura e ainda por cima coberto de mel, era para mim inconcebível, mas tinha um requeijão no frigorifico que estava quase passar de prazo e a voz da consciência a dizer-me que não se pode estragar nada...
Foi assim que a conselho de uma colega de trabalho lá enviei o requeijão para o forno e o resultado foi surpreendente, a repetir muitas e muitas vezes.
Requeijão no Forno com Mel e Amêndoas
Ingredientes:
Preparação:
Retirar o requeijão da embalagem, colocar num prato que possa ir ao forno, regar com o mel e levar ao forno aquecido a 180º durante cerca de 10 minutos. Retirar do forno, colocar as amêndoas picadas grosseiramente por cima, regar com o mel que está no fundo do prato e voltar a pôr no forno de novo mais 5 minutos ou até as amêndoas estarem ligeiramente douradas.
Servir morno.
Notas: A meio da cozedura virei o requeijão, mas não me parece que seja necessário.
Creio que habitualmente leva nozes, mas eu substitui por amêndoas que era o que tinha em casa.
Pode usar qualquer tipo de mel, embora o mel tenha sabores e cores muito distintos consoante as regiões e as plantas das redondezas, por exemplo eu adoro mel de rosmaninho que é claro e perfumado mas já não aprecio o mel de urze que é escuro e com um leve travo amargo.
Em minha casa tento não estragar nada, por isso quando sobra alguma coisa ela é aproveitada de novo e quase nunca na forma original, é o caso da receita de hoje, que acaba por nem sequer uma receita mas apenas uma ideia.
No domingo passado em que tive muita gente sentada à mesa acabei por fazer mais comida do que a que era necessária, foi assim que de três alheiras grelhadas sobraram quase duas, que estiveram a estagiar no frigorifico à espera de melhor sorte, ontem peguei nelas decidida a recriar um patê de alheira que comi recentemente num restaurante nas Termas de Monfortinho, mas depois de triturar a alheira a massa fazia lembrar a massa dos croquetes.
Acontece que eu nunca fiz croquetes na vida. Mesmo assim moldei a massa em pequenas bolinhas, passei-as por pão ralado e dispus-me a fritá-las, mas logo na primeira tentativa o meu primeiro projecto de croquete desfez-se em mil pedacinhos e eu passei ao plano B que foi pô-las no forno.
Agora vou ter que aprender a fazer croquetes que isto de uma Moira não saber fazer um dos clássicos da gastronomia Ibérica dá cabo da reputação de qualquer um.
Ainda sobre as alheiras, diz-se que a sua origem está ligada à presença dos judeus no nordeste transmontano, região com grandes tradições de enchidos, apesar de não estar provado que assim seja, as alheiras surgiram da necessidade de os judeus supostamente convertidos ao catolicismo, mas que continuavam a professar a sua religião às escondidas, criaram um enchido parecido com um chouriço mas que levava carne de aves ou de coelho, pão, alho e pimentão, e assim passavam por cristãos.
Moral da história? Às vezes é preciso estar de bem com Deus e com o Diabo.
No entanto, bem-aventurados sejam aqueles, que num laivo de lucidez e imaginação, inventaram tão maravilhoso pitéu.
Croquetes de Alheira Caseira
Ingredientes:
Preparação:
Retirar qualquer pele que ainda se encontre na alheira, triturar tudo num robot de cozinha, pegar em pequenas porções de massa passá-las por ovo e pão ralado e colocar num tabuleiro de ir ao forno polvilhado com pão ralado, 15 minutos em forno bem quente e servir, quente ou frio conforme o gosto.
Notas: As sobras de alheira estavam bem frias quando as triturei e moldei e quando grelho as alheiras na chapa costumo esborrachá-las e ainda passar-lhes papel absorvente para absorver qualquer gordura que venha atrás.
As alheiras que usei são caseiras e por isso bastante diferentes das que se compram por aí cuja massa interior é na maioria das vezes uma papa molengona. Creio que tudo isto em conjunto contribuiu para o resultado final.
Cerca de uma alheira e meia rendeu mais ou menos doze bolinhas.
Entre a leitura de um livro, a manicure e uns trabalhos manuais que tinha há muito na ideia, o dia fez-se de preguiça.
A entrada na cozinha deu-se ao final da tarde e depois de tanto descanso os resultados não podiam ser melhores.
Num passeio virtual pelo Flagrante Delícia, cujo livro saiu recentemente, fui buscar a massa que sabia ser de sucesso garantido, depois trouxe comigo a inspiração encontrada no blog russo da Irina Chadeyka e o marido sugeriu o iogurte, foi assim que surgiu esta sobremesa que pode ter inúmeras variantes consoante o tempo, o gosto e a vontade do freguês. Fresquinha e apetecível num dia de calor foi a nossa sobremesa neste feriado de doce preguiça.
Tarte de Chocolate com Iogurte Grego e Alperces
Ingredientes:
Para a Massa
Para o Recheio
Preparação:
Massa
Numa taça colocar a farinha, o cacau e o açúcar e misturar. Juntar a manteiga e trabalhar a massa com a ponta dos dedos até ter o aspecto de areia molhada, adicionar a gema de ovo e a água fria e misturar rapidamente até obter uma bola que se envolve em filme de cozinha e se guarda por 30 minutos no frigorifico.
Estender a massa com o rolo da massa e com ela forrar uma tarteira previamente corrada com papel vegetal de cozinha, picar o fundo da tarte com um garfo, cobrir também com papel vegetal e colocar feijão ou grão por cima (eu uso pedrinhas) e levar ao forno quente por 15 ou 20 minutos. Retirar do forno, deixar arrefecer e reservar.
Recheio
Entretanto levar uma frigideira ao lume com uma colherzinha de manteiga e alourar os alperces dos dois lados, polvilhar com uma colher de sopa de açúcar ou um fio de mel, refrescar com o vinho do porto, deixar fervilhar só para evaporar o álcool, apagar o lume e deixar arrefecer.
Montagem
Deitar um iogurte grego açucarado sobre a base da tarte e espalhar uniformemente, colocar por cima os alperces, regar com o molho dos alperces e polvilhar com os pistachos.
Servir fresco.
Notas: Eu adorei o contraste do ácido dos alperces com o doce do chocolate, já o marido gostou da base e do iogurte mas não apreciou o ácido dos alperces que colmatou regando o doce com um fio de mel.
A tarte é pequena, não se esqueçam que por aqui na maioria das vezes cozinha-se apenas para dois, por isso se quiserem uma tarte maior terão que duplicar as quantidades.
A base da tarte pode ser feita de véspera, no entanto o recheio deve ser colocado no máximo uma hora antes de servir para não ficar tudo molengão.
Quando penso em javali é inevitável não me lembrar de uma dupla famosa da BD, Astérix e Obélix que fizeram parte das minhas leituras de infância e cujo final das histórias era sempre um enorme jantar ao ar livre com javali assado.
Não é fácil, nem sei se será possível encontrar javali à venda, felizmente tenho a sorte de ter amigos transmontanos que de vez em quando me presenteiam com mimos como este, uma perna de Javali, que por ser novo e tenro era perfeito para assar no forno.
Esta é uma carne que só como uma a duas vezes por ano, na maioria das vezes feita em casa, embora já o tenha comido num Restaurante em Bragança, que se chama exactamente O Javali, e onde o fazem na perfeição.
Mas se o javali veio de Trás-os-Montes, o Azeite Aromatizado veio da Casa do Sal da Figueira da Foz que para além do sal tem também uns azeites aromatizados excepcionais, desta vez usei o picante, que deixa apenas um leve travo a piri-piri mesmo ao meu gosto que não sou amante de picantes e por último, o ramo de cheiros veio do Algarve, foi oferta da minha colega de trabalho, que se reformou recentemente, obrigada Helena, as tuas ervinhas serviram para temperar o Javali na perfeição e nem sei o que vos diga, as ervinhas do campo têm um sabor divino e estas não foram excepção.
Javali Assado no Forno
Ingredientes:
Preparação:
Limpar a perna do javali retirando todas as peles.
Esmagar os alhos com o sal e o colorau, misturar o azeite e barrar a carne com essa mistura, colocar num recipiente que se possa fechar, colocar os restantes ingredientes e guardar no frigorifico com pelo menos um dia de antecedência para a carne tomar o sabor da vinha de alhos. Esta carne foi temperada na 6ª feira à noite para cozinhar no domingo à tardinha, todos os dias ia virando a carne para ela tomar o sabor por igual.
Colocar a carne num tabuleiro, regar com a marinada e levar ao forno uma hora e meia em forno médio virando a carne duas ou três vezes e tomando atenção para que não fique completamente sem molho, se isso acontecer acrescente um pouco de água.
Notas:
Pode acompanhar com legumes salteados e batatinhas assadas ou simples à laia de petisco, servido frio e fatiado bem fino que foi o que fizemos.