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Muitas voltas a dar, tanto para fazer e mil e uma coisas em que pensar, levam-me por vezes a cozinhar refeições tão simples, que de tanta simplicidade não merecem destaque nesta Tertúlia, no entanto outras há que sendo igualmente simples têm direito a primeira página, foi o caso desta, cujo desafio foi fotografá-la, não pela receita, que disso nem o nome pode ter, dado que toda a gente sabe juntar sal ao peixe.
Num destes dias ao chegar a casa deparei-me com um saco com dois peixes no meu frigorifico, óbviamente que não fui eu que os comprei que o meu tempo nestes dias mal dá para abrir uma lata de sardinhas, tinha sido a minha cunhada que sabendo da minha falta de tempo resolveu facilitar-me o jantar e proporcionar-me uma magnifica refeição de peixe que nesse dia nem nos meus sonhos seria possível.
Ao ver os dois peixes imediatamente me desafiei a mim própria a fotografá-los, mas o processo afigurou-se-me difícil, eu sei que os bichos não se mexiam, mas um peixe é um peixe e tem que ser tratado com alguma dignidade, enfim, depois de muitas voltas e algumas poses descobri que fotografar um peixe é muito mais difícil do que alguma vez imaginei.
Alguma vez fotografaram peixe ?
Quais foram as maiores dificuldades?
Deixo-vos uma pequena amostra do resultado da sessão fotográfica e espero algumas opiniões e sugestões.
Peixe com Sal Aromatizado
Ingredientes:
Preparação:
Temperar o peixe com o sal aromatizado, deixar tomar sabor por uma meia hora e grelhar.
Servir com uma salada ou com legumes cozidos.
Notas:
Grelhei o peixe no grill do forno, com a porta do forno entreaberta e o resultado foi bastante bom, mas se fosse assado nas brasas seria muito melhor.
Apesar de usualmente gostar do peixe grelhado o mais natural possível, ou seja só com sal marinho, gostei muito do resultado do peixe grelhado com sal aromatizado para grelhados da Casa do Sal.
Depois de cozinhado, nem me atrevi a pegar na máquina, que se um peixe cru é difícil de fotografar, dois peixes cozinhados são de fugir de desespero.
No final só sobraram as espinhas para contar a história de um peixe chamado Dentão, que teve honras de primeira página, apenas por ser um peixe.
Para mim alheira que é alheira, é de carne e feita pela minha comadre transmontana, mas agora andam para aí umas modernices que inventaram umas alheiras de bacalhau que até se comem.
Eu já experimentei, e tenho a dizer o seguinte, estas alheiras têm tudo para ser boas, tempero, pão, azeitonas e o bacalhau, claro está.
Agora não sei se fui eu que tive azar ou se serão todas assim, fazendo um pouco lembrar uns pastéis de batata com cheiro de bacalhau que se vendem por aí e a que chamam pastéis de bacalhau, a minha alheira tinha 0,5% de bacalhau, 1% de azeitonas e 98,5% de pão e temperos, o que fazia dela umas migas feitas com água de cozer bacalhau, ora bem, se era para comer açorda dentro de uma tripa eu também a fazia, por isso o final da outra alheira de bacalhau que tinha em casa foi este:
Tarteletes de Alheira de Bacalhau
Ingredientes:
Preparação:
Retirar a tripa da alheira e colocar o conteúdo num prato, desfazer com um garfo e misturar o bacalhau às lascas.
Estender a massa sobre uma tarteira, picar o fundo com um garfo, colocar a mistura da alheira por cima e levar ao forno quente por 15 a 20 minutos ou até estar douradinho.
Servir com uma salada de tomate cortado aos cubos, pepino, cebola e folhas de mangericão.
Notas: Fiz tarteletes individuais mas pode fazer-se uma tarte grande.
Para a massa quebrada pode encontrar óptimas receitas no Figo Lampo ou no Outras Comidas, neste caso usei uma que tinha de compra e que não era grande coisa.
Enquanto eu andava ocupada a preparar um lanchezinho para o marido levar para uma aventura radical de fim de semana com os amigos, ele preparou o jantar sozinho, sem receita e sem instruções e eu só vos digo que estava perfeito, estou a ver que qualquer dia tenho concorrência ao Tertúlia.
O que eu andei a fazer foi isto:
Umas pequenas bolas de carne, cuja receita já está aqui no blog mas que desta vez fiz em versão miniaturas.
E uns bolinhos de maçã cuja receita também já estava aqui, mas cujas miniaturas ficam ainda melhores que o original.
Mas vamos ao que importa, o jantar. Não é todos os dias que tenho o previlégio de ter o marido a cozinhar para mim, nem sei se os maridos de bloguers de cozinha o costumam fazer, o meu só vai de vez em quando, mas quando vai consegue sempre surpreender-me e quando viu que eu ia tirar as fotografias ficou orgulhoso do seu trabalho e com um sorriso do tamanho do mundo.
Claro que eu sou suspeita a falar, mas devo dizer que gostei muito do resultado final, dando-lhe por isso honras de um post aqui no meu "estaminé".
Bifes de Perú com Presunto Frito e Molho de Natas
Ingredientes:
Preparação:
Temperar os bifes com o alho, o sal, a pimenta e o sumo de limão e deixar repousar por 10 a 15 minutos.
Numa frigideira colocar a margarina e o azeite, aquecer e colocar as folhas de manjericão só para murcharem, retiram-se e reservam-se.
Depois fritam-se ligeiramente as fatias de presunto e reservam-se.
Por fim fritam-se os bifes de perú, alourando de ambos os lados, junta-se 1 cálice de vinho branco e deixa-se fervilhar até reduzir a metade, retiram-se os bifes e reservam-se.
Adiciona-se então à frigideira meio pacote de natas e uma colher de sopa de ketchup, mexe-se bem e apaga-se o lume.
Num prato colocam-se os bifes com as fatias de presunto por cima, rega-se com o molho de natas e coloca-se o manjericão por cima, serve-se de imediato acompanhado por arroz branco e uma salada verde.
Notas: Ele queria usar salva, mas acabou por utilizar manjericão que era o que havia em casa.
Apesar de eu não costumar usar natas na comida o molho ligou muito bem com os restantes ingredientes.
Para quem estiver interessado em saber a aventura radical foi a travessia em caiaque de Peniche até às Berlengas, uma aventura arrojada quando o mar está bravo como foi o caso desta vez, embora quem vá goste bastante e continue a repetir ano após ano.
Ontem foi Dia de Portugal e de Camões, para alguns um dia de festa, para muitos um dia de descanso, mas o mês de Junho é por excelência o mês das Festas, primeiro vem o Santo António padroeiro da cidade de Lisboa é o Santo casamenteiro, dizem... Depois vem o São João intimamente ligado às festas da cidade do Porto e por fim o São Pedro padroeiro da minha cidade natal. Um pouco por todo o país há arraiais e petiscos, que uma pessoa não vive só de festa e tem que comer qualquer coisinha.
Este ano temos ainda a assinalar o Mundial de Futebol, que para quem gosta do assunto também será uma enorme festa.
E para abrir em beleza o início das festas de Junho, não vos trago sardinhas como é tradição por estas paragens, mas umas moelas fritas dignas de qualquer tasquinha de Lisboa e arredores.
Moelas Fritas
Ingredientes:
Para Cozer as Moelas
Para Fritar as Moelas
Preparação:
Lavar as moelas e retirar-lhes as gorduras e qualquer pele amarela que possam ter no interior.
Cozê-las em água, com o louro, a pimenta, o cravinho, o alho, o sal e o azeite, até estarem macias.
Retirá-las do tacho e levá-las a alourar num pouco de azeite, quando começarem a alourar adicionar 3 dentes de alho esmagados e os pickles picados, mexendo de vez em quando uns 5 a 10 minutos, juntar o vinagre mexer e deixar mais uns 5 minutos para apurar. Servir quente.
Nota: Se gostarem podem adicionar um pouco de piri-piri quando as estiverem a fritar.
Toda a gente que me conhece um pouco sabe que eu não gosto de comidas misturadas, jardineiras, massadas e arrozes. Não gosto de arroz de carne, detesto cabidelas e não é pelo sangue é mesmo por estar tudo misturado e também não gosto de arroz de coelho, que a minha avó fazia vezes sem conta para deleite da maioria da família sendo eu a excepção. Na família do meu marido também todos gostam de cabidelas, arrozes e afins, continuando eu a ser a ovelha negra...
Mas hoje fiz arroz de coelho para o jantar, e comi... e não foi porque eu quisesse fazê-lo, proporcionou-se pela falta de tempo que é uma coisa lixada.
De manhã ao sair de casa temperei o coelho para assar no forno, ou pelo menos essa era a minha intenção, acontece que a minha mãe foi hospitalizada para uma pequena cirurgia, que correu bem felizmente, e eu fui vê-la ao hospital depois de sair do trabalho.
Cheguei a casa tarde e o coelho em vez de ir para o forno foi para o tacho, mais precisamente para a panela de pressão para ser mais rápido, tentei pensar num acompanhamento, mas nada me ocorria, entretanto ao abrir a panela para rectificar a cozedura do bicho deparei-me com uma enorme "sopa" de caldo, culpa minha é claro, que, por desatenção ou por pressa, acrescentei demasiada água na panela que sendo de pressão ainda acrescentou mais alguma do vapor.
Naquele momento pensei que não havia nada a fazer e o melhor era fazer um arroz naquele caldo, passando da ideia à acção de imediato que eram 10h da noite e a fome já se fazia sentir.
O meu marido entretanto pergunta-me o que é o jantar e antes de eu responder olhou para dentro da panela e com o ar mais infeliz do mundo e de voz quase sumida diz-me: Tu não sabes que eu não gosto de arroz de coelho?
Ops! ... ... Fez-se silêncio! Não me ocorreu, disse-lhe, mas agora é o que temos e como eu também não gosto de arroz de coelho, comemos e pronto! Se isto fosse no tempo da minha bisavó tenho a certeza que a coisa ficaria feia, se é que me entendem...
Foi assim que os dois nos sentamos à mesa, no mais profundo dos silêncios e com o ar mais infeliz do mundo.
À primeira garfada o semblante mudou, à segunda o ar era de satisfação e no final não sobrou um grão de arroz.
Mas cá entre nós que ninguém nos ouve não contem isto a ninguém, para todos os efeitos e perante toda a família: Nós não gostamos de arroz de coelho.
Esta foi uma excepção que conto repetir num destes dias, e na nossa opinião estava perfeito. (shiuuuuu! É segredo!)
Mas para que fique bem claro e não restem dúvidas eu continuo a não gostar de comida misturada e se alguém disser o contrário, mesmo que apresente provas, eu faço como os políticos e nego tudo.
Arroz de Coelho
Ingredientes:
Preparação:
Temperar o coelho com o sal, o louro, o alho, o tomilho, o colorau, o vinho branco e uma colher de sopa de azeite, deixar assim um bom par de horas.
Na panela de pressão colocar 2 colheres de sopa de azeite e alourar o coelho por todos os lados, adicionar a cebola cortada em gomos finos, mexer e juntar o líquido da marinada coado. Nesta altura devo ter junto cerca de um copo de água. Fechar a panela e deixar cozer por cerca de 15 a 20 minutos.
Deixar sair o vapor antes de abrir a panela, nunca é demais lembrar que enquanto se ouvir barulho do vapor a sair da panela não se pode abrir para não correr o risco de uma queimadura grave.
Retirar o coelho para um prato e reservar, acrescentar os cogumelos, o arroz e 2 copos de água ou um pouquinho mais para o arroz cozer e ficar ligeiramente caldoso, rectificar o sal e assim que o arroz estiver cozido servir de imediato para não empapar.
Notas: Usei uma mistura de cogumelos congelados marca continente, muito bons por sinal. O arroz é da região de Alcácer do Sal, marca Ceifeira, usei agulha extra longo, experimentem porque é um arroz excepcional, quer o agulha quer o carolino.