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Do Maghreb para a Sobremesa

por Moira, em 11.05.10

Há um tempo que andava a fazer experiências para uma sobremesa à base de cuscuz, finalmente cheguei a uma do meu inteiro agrado, pelo caminho ficaram algumas experiências frustradas e um provador desesperado.

É uma sobremesa simples para quem não gosta de coisas excessivamente doces e por isso para comer sem remorsos.

O cuscuz feito à base de sêmola de trigo é originário do Norte de África e muito popular na região do Maghreb.

Na Europa é conhecido como couscous, do árabe kuskus, tem a sua origem na palavra "seksu".

A primeira referência ao cuscuz aparece no século XIII, num Livro de Cozinha do Maghreb e Al-Andalus, nome por que era conhecida a península Ibérica sob o domínio Árabe, a maioria dos pratos à base de cuscuz são salgados, com legumes, borrego ou frango, mas também existem algumas versões doces.

Hoje em dia é fácil encontrar no supermercado o cuscuz pré-cozido, uma espécie de cuscuz instantâneo que se hidrata num líquido e que está pronto a ser usado em cerca de 10 minutos se o líquido for quente e 30 a 45 minutos se o líquido for frio, nada como seguir as instruções da embalagem que varia ligeiramente no tempo de cozedura consoante a marca.

Apresento-vos a sobremesa do Ali-Bábá:

Cuscuz com Chá e Frutos Secos (2/3 pessoas)

Ingredientes:

  • 2,5 dl de água
  • 1 colher de chá de folhas chá preto Earl Grey
  • 5 tâmaras (+/- 50 g)
  • 6 alperces secos (+/- 40 g)
  • 3 colheres de sopa de sultanas (+/- 30 g)
  • 1 colher de sopa de pinhões
  • 1 colher de chá de mel + 1 colher de sobremesa de mel
  • 1 chávena pequena de cuscuz (usei das de café)
  • 1 colher de café de manteiga
  • 1 pitada de canela

Preparação:
Aquecer a água e imediatamente antes de começar a ferver deite-a sobre as folhas de chá, deixar em infusão entre 8 a 10 minutos e coar.

Cortar os alperces e as tâmaras em cubinhos. Numa taça colocar as sultanas, os alperces e as tâmaras e deitar sobre eles 100 ml de chá adoçado com uma colher de chá de mel, deixar macerar pelo menos durante uma hora a duas horas, (eu deixei de um dia para o outro).

Colocar uma chávena de cuscuz numa taça e vazar por cima igual quantidade de chá quente adoçado com uma colher de sobremesa de mel e a manteiga, tapar e deixar hidratar por cerca de 10 minutos.

Numa frigideira anti-aderente colocar os pinhões e levar ao lume mexendo sempre até alourar.

Mexer o cuscuz com um garfo para soltar os grãos e misturar com os frutos secos, polvilhar com canela, colocar em tacinhas e servir decorado com uma folhinha de hortelã.

Notas: Se quiserem podem hidratar os frutos com vinho do porto ou outro vinho doce para uma versão alcoólica. O chá pode ser preto, de menta ou outro do vosso agrado. Os pinhões podem ser substituídos por amêndoas torradas e lascadas, ou por nozes partidas. E os frutos secos podem variar consoante o gosto, ameixas secas, figos ou até frutos cristalizados picadinhos. Uma raspa de limão também não ficaria mal, mas por incrível que pareça não tinha limões em casa.

Se forem muito gulosos adicionam mais mel ou açúcar amarelo.

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publicado às 15:53

Nem é Carne, nem é Peixe, são as duas coisas

por Moira, em 09.05.10

Fazendo uma pausa nos relatos da viagem, deixo-vos o meu almoço de sábado.

Esta é uma receita recorrente na minha cozinha, foi uma espécie de amor à primeira vista, não é carne, nem é peixe, é tudo junto e é muito bom, creio que vinha num dos primeiros números da Saberes e Sabores, mas há muito que a faço de memória talvez já não esteja conforme o original, ainda assim continua a encantar-me.

Aproveitando uma belíssima carne de porco que comprei em terras transmontanas, lembrei-me desta dupla de sucesso e fiz dela o meu almoço.

Carne de Porco com Camarão

Ingredientes:

  • 4 bifinhos de porco cortados às tiras
  • 8 camarões
  • 2 dentes de alho picados
  • 2 colheres de sopa de pickles picadinhos
  • sal q.b.
  • 4 colheres de sopa de Azeite Aromatizado com Sal Picante da Casa do Sal da Figueira da Foz
  • 3 batatas cortadas aos cubos

Preparação:

Numa frigideira fritar as batatas, noutra colocar o azeite e alourar a carne com um dente de alho picado, retirar a carne e alourar os camarões com o outro dente de alho picado, voltar a juntar a carne, temperar com sal e adicionar os pickles picados. Se necessário borrife com um cálice de vinho branco.

Juntar as batatas à carne e aos camarões, misturar tudo e servir de imediato.

 

Nota: Acompanhamos a refeição com um Pegos Claros 2005, um Palmela tinto da Companhia das Quintas, perfeito !

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publicado às 00:52

Continuando a Viagem

por Moira, em 05.05.10

A tarde estava quente quando entramos em Monsanto, a aldeia mais portuguesa de Portugal, construída em completa comunhão com o granito que faz parte integrante das próprias casas. As suas ruas são estreitas, íngremes e de pedra rude, a cada passo vamos vislumbrando a paisagem deslumbrante.

Pelo caminho travámos conversa com a Dª. Alice, uma senhora muito simpática nascida e criada em Monsanto que fazia e vendia à porta de casa as emblemáticas bonecas a que chamam marafonas.

A marafona simboliza a fertilidade, e tem por base uma cruz, acreditando-se que a cruz afugenta as trovoadas, talvez por isso as encontremos ao longo do caminho.

A Dª. Alice acabou por nos explicar parte da história da aldeia e ainda nos aconselhou sobre o que devíamos ver, chamando a atenção para pequenos pormenores que de outra forma nos passariam despercebidos.

Continuamos a subida que é cansativa, chegamos finalmente ao castelo, que em tempos também pertenceu aos Templários, a respiração ofegante de quem não está habituado a tamanho esforço mas o percurso é lindíssimo e mais uma vez somos premiados com uma magnífica vista para todos os pontos cardeais.

No caminho de regresso fizemos o percurso pedestre que nos aconselharam no Posto de Turismo, estamos inebriados com a paisagem e com os diferentes aromas exalados pelas múltiplas flores que encontramos pelo caminho. O percurso está muito bem identificado e não tivemos qualquer dificuldade em segui-lo, estamos cansados mas felizes, mais uma vez valeu a pena porque Monsanto é de uma beleza extraordinária.

Tal como Idanha a história de Monsanto perde-se no tempo e na história mas para a conhecer melhor passem por este site ou pelo site da Câmara Municipal.

A tarde estava a chegar ao fim, o corpo pedia repouso, por isso seguimos caminho para as Termas de Monfortinho, onde nos esperava o descanso merecido, aproveitamos para um mergulho na piscina aquecida do hotel e ainda houve tempo para uma massagem antes do jantar.

A noite estava amena por isso fomos a pé até ao Restaurante Papa-Figos no Hotel Fonte Santa onde nos deliciamos com um jantar gourmet.

A escolha dos menú ficou a cargo do Chef Mário Rui Ramos e foi uma agradável surpresa.

Começamos por umas entradas, simples mas agradáveis, o meu preferido, um patê de alheira de caça, um patê de azeitona e um de queijo e ervas, o preferido do marido.

Desta vez coube-me a mim escolher o vinho e já que estávamos na Beira, optei por um Almeida Garrett tinto, casta Syrah, uma casta que eu muito aprecio e que se revelou um óptimo acompanhamento para toda a refeição.

O pão era artesanal e feito em Penha Garcia, mas disso falarei noutro post.

Depois veio a sopa, de peixe bem diferente do que costumo fazer, um creme de garoupa com poejos do rio, reconfortante e muito agradável.

Seguiu-se um dos pratos que mais me encantou pela sua simplicidade e também pela apresentação, Breasola em Carpaccio com Anel Crocante de Ervas Tenras e Parmesão. Já o prato principal, Espiral de Perú e Alheira sobre Risotto de Amanitas dos Césares e Crocante de Sementes, por eu não ser apreciadora de perú não foi o que mais me agradou, mas o risotto estava fantástico, uma pena as fotos não estarem à altura dos pratos, ficaram péssimas e quer dizer que ainda tenho muito que aprender pois não sei tirar fotos à noite.

Por fim o ponto mais alto da refeição, a sobremesa, um Demi-Cuit de Chocolate Negro, servido morno com Sorvete de Tangerina e Molho de Frutos Silvestres, eu até nem sou gulosa, mas garanto-vos que a cada colherada julguei que estava no céu, e vocês não imaginam como eu sou exigente.

No final do jantar tivemos oportunidade de dar os parabéns ao Chefe Mário Rui Ramos pela magnifica refeição que nos preparou. Voltarei mais vezes, até porque este menu gourmet varia consoante os produtos da época.

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publicado às 14:18

Um Piquenique e muita História

por Moira, em 03.05.10

De volta ao século XXI, é tempo de vos contar o que andei a fazer nestes dias de sol em que deixei o blog e fui descansar e comemorar o meu aniversário de casamento.

Turistas Holandeses em Idanha-a-Velha         Natural de Idanha com um ramo de malvas

Nos Céus de Idanha

A primeira paragem foi em Idanha-a-Velha, povoação repleta de história que nos transporta a épocas bastante remotas.

Para além de vestígios da pré-história, por lá passaram, Celtas, Romanos, Suevos, Visigodos e Árabes.

Os  Romanos começaram por chamar-lhe Civitas Igaeditanorum, evoluindo para Igeditanea, à época foi uma cidade de enorme importância na ligação entre a Guarda e Mérida estando na rota da Via de Prata que ligava Bracara Augusta (Braga) a Emérita Augusta (Mérida).

As suas muralhas devem ter sido construídas entre os séculos III e IV, quando das Invasões Bárbaras.

A seguir aos Romanos vieram os Suevos e os Visigodos, e também os árabes que sob o comando do Tarik Ibn-Ziad conquistaram grande parte da Península Ibérica, e que lhe deixaram de herança a origem do nome Eydaiá ou Idania.

D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal conquistou-a aos Árabes por volta de 1165, tendo-a entregue a D. Gualdim Pais 6º Mestre da Ordem dos Templários.

A sua Torre de Menagem foi construída por volta de 1197, altura em que D. Sancho I confirmou a doação de Idanha, feita por seu pai à Ordem dos Templários.

Passados séculos Idanha a Velha perdeu a posição dominante que tinha, mas continua a transbordar história em todos os vestígios deixados, em cada pedra, em cada rua, em cada esquina, é por tudo isso e ainda pelos magníficos passeios pedestres que pode fazer, que se justifica uma visita demorada a Idanha a Velha e arredores, mas desses falarei mais tarde.

O dia estava lindo e quente, por isso aproveitamos as sombras à beira do rio Ponsul para fazer um piquenique e comer uma salada de arroz de inspiração italiana, desfrutando da calma que por aquelas paragens se faz sentir.

Salada de Arroz

Ingredientes:

  • 1 chávena pequena de arroz branco cozido (pode aproveitar sobras de arroz cozido)
  • 1 lata de atum
  • 1 lata de salsichas tipo Frankfurt cortadas
  • 2 colheres de sopa de milho cozido
  • 2 colheres de sopa de azeitonas descaroçadas e picadas
  • 1 colher de sopa de pickles picados
  • 2 tomates cortados aos cubos
  • Azeite e vinagre para temperar

Preparação:

Misturam-se todos os ingredientes, tempera-se com azeite e vinagre e leva-se ao frio para refrescar.

 

Notas:Os dados históricos aqui relatados, são resultado da compilação e leitura de várias páginas encontradas na net sobre Idanha-a-Velha, não posso por isso comprovar a sua veracidade histórica. Mas por tudo o que vi, não tenho dúvidas que Idanha-a-Velha foi outrora uma localidade muito importante, não deixem por isso de a visitar.

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publicado às 16:36

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