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A Manelita dos Açores pediu uma salada para comemorar o 2º Aniversário do Delícias e Companhia, é que ela agora está de Dieta no também seu Delícias Saudável, e eu que já passei pelo mesmo há vários anos atrás sei como é importante o apoio dos amigos e da família para conseguir atingir o objectivo a que nos propomos e que não é possível só com força de vontade.
Na realidade eu queria uma verdadeira salada, mas com a falta de tempo que ando, de repente percebi que a data limite era hoje, sem mais alternativas que não fosse a vontade de celebrar este segundo aniversário, saiu esta espécie de salada que nem sequer se parece com uma salada, mas como o que se pretendia era algo pouco calórico, acho que passa.
Um dos ingredientes que usei foi o arroz, elemento pouco comum nas dietas por ser um hidrato de carbono, no entanto o facto de ser integral e basmati, faz com que possa ser usado numa dieta, posto isto passemos à receita.
Salada de Legumes com Camarão Grelhado
Ingredientes:
Preparação:
Cozer o arroz em bastante água e sal, durante cerca de 25 minutos. Escorrer e reservar.
Cozer as ervilhas, escorrer e reservar.
Cortar o alho francês em tiras finas no sentido do comprimento e levá-lo ao lume só com uma colher de sobremesa de azeite, temperar com sal e pimenta e mexer constantemente só para amolecer o alho.
Grelhar as gambas apenas com um pouco de sal.
Num prato fazer um ninho com o alho francês, colocar as ervilhas e o arroz, decorar com os camarões grelhados.
Nota: As quantidades são para duas pessoas.
Servi com um molho feito com apenas uma colher de sopa de azeite virgem, outra de vinagre de frutos silvestres, umas raspas de gengibre fresco e uma pitada de colorau.
Em tempos idos estes pastelinhos eram para nós um grande petisco, serviam de refeição ou eram levados para piqueniques, mas hoje passados estes anos percebo que era a forma que a minha mãe tinha de recriar refeições feitas quase do nada, num tempo em que poupar era fundamental e obrigatório para sobreviver.
E por falar em piqueniques, parece que é uma coisa em vias de extinção no nosso país, tanta vez o povo português foi criticado por levar a manta e o garrafão para todo o lado que de repente parece que surgiu uma espécie de vergonha nacional e salvo raras excepções parece que se acabaram os piqueniques.
Claro que para os meus amigos transmontanos e também para os alentejanos fazer um piquenique é uma coisa normal.
Quando se vai de carro por essa Europa fora também é vulgar encontrar famílias a "piquenicar", mas se de repente alguém se lembrar de estender uma manta num dos belíssimos relvados da Expo para fazer um piquenique somos olhados de soslaio e consegue-se ler no pensamento de quem olha, qualquer coisa como: Pelintra!
O meu amigo F. está farto de falar dos piqueniques e eu começo a ficar entusiasmada, por isso fica já decidido que assim que o tempo melhorar vamos fazer um piquenique, até porque eu estou desejosa de apanhar um pouco de sol, que já estou a ficar com o ar deslavado dos actores do "Crepúsculo".
Mas vamos ao que interessa e como no aproveitar é que está o ganho deixo-vos os pastelinhos de arroz da minha mãe, que podem ser feitos com qualquer tipo de sobras de arroz, de tomate, de bacalhau, de cenoura...
Pastelinhos de Arroz
Ingredientes:
Preparação:
Bater o ovo, misturar com o arroz, adicionar a farinha polvilhando e mexendo para não criar grumos.
Com a ajuda de duas colheres fazem-se os pastelinhos que se fritam em óleo quente.
Servem-se com uma salada.
Nota: A massa deve ficar com consistência suficiente para se poder moldar com as colheres, mas para quem não quiser ter esse trabalho pode ser fritar às colheradas, não fica é tão bonito.
E escusado será dizer que se deve consumir com muita moderação por ser frito.
O post de hoje é dedicado à Madeira e aos Madeirenses, que tiveram o dia de sábado transformado num verdadeiro inferno com o mau tempo que assolou a região, e foi com o meu pensamento naquela ilha do Atlântico que num pequeno gesto de solidariedade me decidi a elaborar este ex-libris da Madeira que há muito estava na minha lista de receitas a experimentar, o Bolo do Caco.
A receita foi-me dada pela Leonor, uma querida leitora madeirense. A ela o meu muito obrigado e espero que esteja tudo bem.
Para quem nunca ouviu falar deste tipo de pão típico da Madeira, "o bolo do caco é um pão de trigo, redondo e achatado. Antigamente era cozido sobre um caco de telha aquecido nas brasas, particularidade que esteve na origem do seu nome."
"Há diferentes maneiras de o cozer: sobre uma chapa de ferro, numa frigideira, no fundo de uma panela de barro ou de ferro ou sobre uma laje..."
Mas seja qualquer for o utensílio usado para o cozer é importante que o mesmo esteja a escaldar.
Bolo do Caco
Ingredientes:
Preparação:
Coze-se a batata doce, préviamente descascada, deixa-se arrefecer um pouco e desfaz-se com a mão (eu usei um garfo). Junta-se farinha, o sal, o fermipan, a água morna aos poucos e amassa-se muito bem, como se fosse pão. Vai-se juntando a água morna sempre que necessário. A massa deve ficar ligeiramente mais húmida do que a do pão e quanto mais amassar, melhor fica.
Depois de bem amassada, deixa-se descansar uns 15 minutos. Fazem-se umas bolas que se enfarinham e dá-se-lhes uma forma achatada com as mãos.
Tapa-se e deixa-se levedar num local quente.
Põe-se a frigideira na chama, em lume brando, usei uma frigideira de ferro mas pode ser uma anti-aderente, sem qualquer gordura. Quando estiver bem quente colocam-se os bolos já levedados. Optei porfazer um de cada vez. Cozem e quando a base estiver tostada, voltam-se para cozerem do outro lado.
Depois de cozidos colocam-se ao alto na frigideira, como se fossem rodas, que se vão rodando até assarem completamente.
Servem-se quentinhos com manteiga de alho. Uma delícia! Que vale a pena repetir vezes sem conta.
Notas: Depois de a massa levedar pode ser guardada no frigorifico pelo menos até ao dia seguinte que se comporta como quando acabada de fazer.
A massa rendeu-me 4 pães com cerca de 12 cm de diâmetro.
O chapéu que aparece nas fotos tem mais de 60 anos e era do meu sogro que já faleceu.
Utilizando uma das minhas expressões favoritas dos livros do Astérix, "Estes Americanos são loucos!" e eu fui atrás...
Mas não... Eu não enlouqueci, aliás, neste momento tenho todas as razões do mundo para dizer que os americanos não são loucos, pelo menos no que toca a este bolo.
Esta foi uma receita muito popular na América dos anos 30 do século passado, chamaram-lhe Mystery Cake, por razões que mais à frente verão que fazem todo o sentido e encontrei-o no blog de uma marca de farinha americana.
Na época vivia-se uma grande depressão nos Estados Unidos e as donas de casa, tal como hoje em dia faziam tudo para poupar, por isso o bolo só leva um ovo e uma quantidade ridícula de manteiga.
É bolo muito leve cujo sabor é enriquecido pelas especiarias e pelas passas de uva, que para quem não gostar podem ser omitidas ou substituídas por nozes e eu acrescento, depois de provar, que a raspa de uma laranja também não ficaria nada mal, mas isso fica para uma próxima vez.
Mas no meio de toda esta conversa afinal porque é que lhe chamam Mystery Cake?
Simplesmente porque leva sopa de tomate, e claro que isso parece ser tabu suficiente, como é que se vai explicar a alguém que aquele bolo delicioso que acabou de comer, afinal leva um ingrediente que ele simplesmente odeia? O melhor mesmo é manter o mistério e fazer o bolo enquanto prepara uma bolonhesa pois assim não dá nas vistas e nunca, mas nunca revele o segredo do ingrediente misterioso, a menos que lhe peçam a receita.
Mystery Cake (o segredo de um Bolo de Tomate)
Ingredientes:
Preparação:
Bata o açúcar com a manteiga até ficar cremoso e adicione o ovo mexendo muito bem.
Noutro recipiente coloque a polpa de tomate e junte-lhe o bicarbonato de sódio, mexendo e aguardando cerca de um minuto, não se assuste o tomate vai começar a borbulhar e a crescer. Adicione-o então ao preparado anterior.
Peneire a farinha, junte-lhe o fermento, a canela e o cravinho em pó e envolva com o preparado do tomate.
Vai ao forno quente a 180º em forma muito bem untada durante cerca de 35 minutos, ou até estar cozido (teste do palito) se começar a querer queimar coloque uma folha de alumínio por cima.
Notas: Por cima coloquei 100 g de chocolate branco derretido com um iogurte natural e polvilhado de canela, mas o bolo não necessita de cobertura.
É um bolo muito pequeno, a forma que usei para o cozer tem apenas 21 cm de diâmetro.
A receita original leva uma lata pequena de sopa de tomate da Campbel que eu substitui por um pacotinho de polpa de tomate. Mas para a próxima vou deixar a polpa a escorrer num filtro de papel, para no final obter uma massa mais densa.
E se eu tivesse que classificar este bolo, numa escala de 0 a 10, dava-lhe um 8.
Atreva-se a experimentar e depois diga de sua justiça, eu "enlouqueci" ao ponto de o fazer e não me arrependo nada, da próxima vez vou fazê-lo com as nozes para variar.
Uma das coisas que adoro comer quando vou para sul é Frango de Pimentos, como não vou para lá há muito, muito tempo, apesar das saudades que tenho da minha afilhada, resolvi inventar qualquer coisa parecida, claro que não ficou igual e agora para além das saudades pela afilhada também tenho saudades de um bom Frango de Pimentos.
Frango com Pimentos
Ingredientes:
Preparação:
Num tacho coloque um fio de azeite, a cebola, o alho e o frango e deixe alourar um pouco, adicione o tomate, tempere com sal e piri-piri, junte a cerveja e deixe cozinhar em lume brando com o tacho tapado, mexendo ocasionalmente.
No final adicionam-se as tiras de pimento assado, mexe-se e deixa-se apurar mais um pouco para misturar os sabores.
Como assar os pimentos em casa:
Eu costumo fazê-lo colocando uma grelha sobre o bico do fogão a gás, ponho lá um pimento de cada vez, virando constantemente para não queimar demasiado. Quando o pimento estiver assado coloca-se dentro de uma vasilha com água, para ajudar a soltar a pele. Depois abre-se, limpa-se de sementes e corta-se às tiras.
Os pimentos assim assados podem ser servidos em saladas, simples só com azeite, vinagre e alho, ou no frango guisado para dar um toque diferente ao molho.