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Utilizando uma expressão engraçada, estava "careca" de ouvir falar de Panna Cotta, mas por algum motivo meti na cabeça que era uma sobremesa muito complicada de fazer e fui adiando, que quase acabei por me esquecer dela.
Entretanto esta sábado foi o "jantar das girls" cá em casa, uma espécie de retribuição do jantar que os maridos nos fizeram no outro dia e que eu postei aqui.
A sobremesa escolhida foi uma Panna Cotta, para acompanhar com as ginjas em calda deste post.
Agora sei o que andei a perder todo este tempo, é uma sobremesa deliciosa e muito delicada na boca, pode ser acompanhada por qualquer compota a gosto e vai passar por aqui muitas vezes, disso tenho a certeza.
Inspirei-me nas belíssimas receitas da Cláudia do Sabor Saudade e nas igualmente belíssimas receitas da Mariana do Caos na Cozinha, uma pitada daqui, outra dali, aqui fica a minha versão.
Panna Cotta com Ginjas em Calda
Ingredientes:
Preparação:
Coloque as 2 folhas de gelatina em água fria.
Leve as natas com o leite e o açucar ao lume até levantar fervura.
Escorra bem as folhas de gelatina e adicione às natas mexendo bem para dissolver.
Coloque em tacinhas e ponha no frio até solidificar (nunca menos de 4 horas). Não esquecer de tapar as taças com film (película aderente) para que o doce não absorva os cheiros do frigorífico.
Pode desenformar mas, a menos que tenha formas próprias, é dificil de o fazer.
Também pode ser servido nas próprias tacinhas acompanhado por compota a gosto. Eu servi com as ginjas em calda que postei aqui.
Hoje resolvi viajar de novo no tempo e regressar de novo à era medieval para fazer mais uma receita completamente diferente do que estamos habituados.
Segui a receita quase à risca, à excepção do primeiro passo que por o ter acho estranho improvisei, de qualquer das formas aqui não estou obrigada a nenhum rigor histórico.
A pesquisa que fiz há bastante tempo atrás deu-me um enorme prazer e uma quantidade de receitas que sempre que o tempo me permitir serão testadas e postas por aqui.
A origem desta receita remonta à Inglaterra do séc. XIV, é relativamente simples, mas de sabor exótico, a receita original e a tradução para inglês dos nossos tempos está aqui. Mas, para aqueles que só agora visitam o Tertúlia de Sabores, podem sempre espreitar em gastronomia medieval as outras receitas que testei faz um tempo.
Aqui fica a minha versão ligeiramente modernizada de mais uma iguaria medieval, posso dizer que fica muito bom, principalmente para quem gosta de sabores agri-doces.
Coelho em Molho de Vinho Doce e Passas de Uva
(Connynges in Cyrip)
Ingredientes:
Preparação:
A receita manda cozer o coelho em caldo de carne, eu abdiquei dessa parte e alourei-o num fio de azeite, adicionei todos os restantes ingredientes e deixei cozinhar tapado em lume muito brando durante uns 40 minutos, virando o coelho de vez em quando para todo ele tomar sabor, se o molho evaporar rápidamente e o coelho ainda não estiver cozido adicione uns borrifos de água.
Acompanhei com arroz branco, e legumes cozidos. Se quiser, apesar de não ser de todo medieval, também deve acompanhar bem com um puré de batata ou umas batatinhas fritas.
Nota: Como já disse anteriormente quando abordei este assunto , nenhuma das receitas medievais têm quantidades, por isso é necessária alguma imaginação para que os sabores fiquem equilibrados. As quantidades desta e das outras receitas foram calculadas por mim e não quer dizer que sejam as certas.
O meu dia hoje precisava de ter mais 12 horas de tempo útil, tive que me dividir entre a casa, as compras, a assistência à família com visita ao hospital para ver a minha mãe, e quando me dei conta não tinha ainda escolhido a receita para o dia da cor, estava cansada e sem disposição para mais.
Preparei o jantar sem grande trabalho, fiz um bife na pedra, da forma mais simples possível só com sal aromatizado com ervas e para a sobremesa algo amarelo.
O amarelo é uma cor energética por isso a minha refeição terminou da melhor forma possível tentando repor a energia despendida durante o dia, algo prático e muito singelo que o tempo e a imaginação não deram para mais.
Mesmo assim enquanto passava esta pseudo receita ainda me ri sozinha pois lembrei a história do Chucrute com Salsicha, um blog que eu muito aprecio, se não conhecem passem por lá.
Mas esta pseudo receita também tem uma história, há uns anos atrás, quando comprei a primeira lata de polpa de manga, foi porque estavam a fazer uma promoção num hipermercado, o promotor, um indiano simpático tentava convencer-me a levar uma lata de polpa de manga e na altura eu não fazia a mínima ideia do que podia fazer com aquilo, nunca fui muito fã de enlatados, lembro-me de ele me ter dito que fazia uma sobremesa muito boa com banana, quando lhe pedi a receita ele riu-se e disse-me, é muito simples, corta a banana aos pedaços e põe a polpa de manga por cima. Achei graça e trouxe a lata, desde essa altura, e já lá vão alguns anos, esta é uma sobremesa recorrente na minha mesa.
Para ver as outras receitas do dia da cor passem pelo blog da Mary, a mentora deste desafio.
Banana com Polpa de Manga
Ingredientes:
Preparação:
Corte as bananas às rodelas e ponha em tacinhas individuais.
Abra a lata de polpa de manga e ponha a gosto por cima das bananas.
Sirva fresco e saboreie com calma para apreciar a conjunção de sabores
Quanto à polpa de manga que sobrar, não se preocupe, amanhã ou depois ponho uma receita com ela, mas podem sempre comê-la à colher, eu quase nunca resisto.
Chegou mais uma leva de ginjas cá a casa, fiquei indecisa em fazer mais umas garrafas de ginjinha ou um doce de ginjas e acabou por não sair nem uma coisa nem outra.
Saíram umas ginjas em calda que nos souberam que nem ginjas!
Não sei de onde vêm esta expressão, nem onde a ouvi, mas que ficou bom aí isso ficou.
Ginjas em Calda
Ingredientes:
Preparação:
Levar ao lume as ginjas com o açúcar, mexendo para dissolver o açúcar e deixar ferver em lume brando, mais ou menos 15 minutos, retirando a espuma que se vai formando. Guardar em frascos escaldados e secos.
Servir fresco simples ou com queijo.
Esta é uma caneca muito antiga, não sei exactamente a quem pertenceu na família, é loiça da Caldas da Rainha e estou desconfiada que pode ser uma "Bordalo Pinheiro" embora não lhe encontre nenhuma marca.
Entretanto guardei os caroços das ginjas, se eu puser na terra será que nascem?
Se houver por aí algum leitor perito no assunto faça o favor de dizer.
Há uns tempos atrás comprei um vaso com dois pés de morango com três ou quatro folhas, que foram crescendo, neste momento já são três pés, o primeiro morango ficou eternizado no topo do cabeçalho do blog.
Entretanto flor atrás de flor, os moranguitos foram aparecendo uns atrás dos outros, são pequenos e alguns bem tortinhos, mas são uma delícia.
É uma variedade de morango bem diferente da que se compra nos supermercados e a última vez que comi morangos com este sabor foi em França, quando os comprei num mercado de lavradores.
Estes dois foram para a minha mãe que tem estado hospitalizada depois de uma operação ao joelho (segundo ela, sabiam a rebuçados).