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Higos rellenos que traduzindo para português são figos recheados, é uma receita espanhola, país que tem uma abundância de figos na sua época e que por isso seca uma boa parte deles para consumo posterior.
Falar de figos numa altura destas cheira um pouco a fora de época, o que não acontece neste caso, pois os figos utilizados são exactamente os secos e que me tinham sobrado das festas natalícias.
A primeira vez que provei esta iguaria foi na ilha de Maiorca, no hotel onde fiquei hospedada e ficaram-me gravados na memória. Esta semana ao receber um livro de receitas de Espanha, a minha cara encheu- se com enorme sorriso ao ver que a receita lá estava e que o aspecto era exactamente o mesmo que eu recordava.
A receita em causa leva Xerez, um vinho que eu tenho que comprar urgentemente, pois entra na composição de inúmeras receitas espanholas, nesta receita foi substituído por Hypocras, um vinho medieval bastante doce.
Higos Rellenos (Figos Recheados)
Ingredientes:
Preparação:
Coloque o mel, o xerez, a canela, os figos e a água num tacho em lume médio e deixe ferver.
Baixe o lume e deixe cozer por dez minutos em lume brando. Retire do lume e reserve tapado durante três a quatro horas.
Retire os figos da caçarola com uma escumadeira e reserve o líquido. Leve-o de novo ao lume para espessar e ficar com o aspecto de um xarope.
Utilizado uma faca afiada faça um pequeno golpe nos figos e encha-os com uma amêndoa.
Sirva os figos recheados regados com a calda morna e acompanha com queijo fresco ou natas.
Nota: Eu comi-os sem recheio e sem acompanhamento. Ficam igualmente bons.
Em vez de Xerez utilizei um vinho doce, de nome Hypocras que fiz para o Jantar Medieval há uns tempos atrás e cuja receita está aqui, mas creio que, embora alterando o sabor, poderão ser confeccionados com Vinho do Porto, Moscatel do Douro ou de Setúbal, ou com qualquer outro vinho doce e licoroso.
Para quem estiver interessado em saber, a toalha foi bordada pela minha mãe em ponto jugoslavo.
O fondue foi a banhos e em vez de carne trouxe-nos peixe e marisco, esta foi a primeira parte do jantar cuja sobremesa está no post anterior.
O jantar foi em casa da F. e do C. e a ideia do fondue de peixe surgiu para acompanhar umas garrafas de Champagne que lhes tinham sido oferecidas no Natal. A bebida era boa, a companhia ainda melhor e assim se passou um serão agradável.
A mesa vestiu-se a rigor, o precioso néctar acompanhou a refeição do princípio até ao fim, e foi, sem dúvida, uma refeição diferente do habitual, não sei se o santo, dito dos namorados gostava de peixe, nós gostámos e voltaremos a repetir.
Para além dos molhos habituais feitos à base de maionese e/ou iogurte, fizemos mais dois que são dignos de referência.
A inspiração para o fondue veio da revista Saberes e Sabores, edição de Abril de 2007, o molho de requeijão e nozes é do site Fondues e Afins e o Chutney de Ananás foi improvisado com o que havia em casa, mas inspirado numa receita de chutney de abacaxi, do blog Barriga no Fogão, um blog que a par com o Tessituras foram dos primeiros blogs que visitei há uns anos atrás.
Fondue de Frutos do Mar (6 pessoas)
Tempere os camarões e restante peixe com sal, pimenta e sumo de limão. Enfie-os em seguida, alternadamente, em vários espetos de madeira ou disponha-os em taças individuais.
Deite a farinha numa tigela, tempere com uma pitada de sal e de pimenta, junte os ovos e a cerveja e bata com uma vara de arames até obter um polme liso.
Perfume com salsa picada, misture bem e deixe repousar enquanto aquece o óleo Vaqueiro no recipiente do fondue, mas sobre o lume.
Leve o fondue à mesa. Mergulhe as espetadas no polme preparado e depois no óleo quente, deixando fritar até estarem douradas. Em alternativa, vá espetando os garfos do fondue nos ingredientes e passe-os pelo polme antes de os introduzir no óleo quente.
Acompanhamos com molhos e com fruta fresca.
Chutney de Ananás e Maçã
Ingredientes:
Preparação:
Cortar o ananás em cubinhos, cortar a maçã em fatias muito finas e misturar, adicionar os restantes ingredientes e levar ao micro-ondas durante 10 minutos mexendo a cada 2 minutos.
Nota: A receita original levava uma colher de sopa de gengibre ralado, que eu não adicionei porque não tinha, mas que decerto lhe daria um óptimo sabor. Este chutney é adequado a pratos de peixe e de aves e ficou aprovado.
Molho de Requeijão com Nozes
Misturar tudo e servir.
Os fins-de-semana fazem-se entre amigos, entre comidas e bebidas, porque a conversa não flui se estivermos com a boca seca.
Desta vez calhou-me fazer a sobremesa e o chocolate fez, mais uma vez, as honras da casa, aliado ao limão foi uma dupla quase imbatível. E digo quase porque fiquei com imensa vontade de experimentar a mesma receita mas com molho de tangerina ou laranja que decerto ficará muito bem.
A receita é mais uma vez da Revista Saberes e Sabores, de Abril de 2007, numa edição dedicada aos fondues, que foi exactamente o nosso jantar mas que relatarei num outro post.
Torta de Chocolate com Creme de Limão
Ingredientes:
Para o creme de limão:
± 3 Limões (± 1,5 dl de sumo)
250 g de açúcar fino
3 Ovos grandes
50 g de margarina Vaqueiro
Para a torta:
Margarina Vaqueiro Líquida
4 Ovos
100 g de açúcar
2 colheres de sopa de água
50 g de farinha
30 g de chocolate em pó
1 colher de chá de fermento em pó
açúcar em pó
Para a cobertura:
30 g de margarina Vaqueiro (usei o mesmo peso de natas)
2 a 3 colheres de sopa de rum (usei a mesma quantidade de Licor Beirão)
Preparação:
Comece por preparar o doce de limão: Raspe a casca de 2 limões com um ralador e esprema os que forem necessários para obter cerca de 1,5 dl de sumo. Junte o sumo e a raspa do limão com o açúcar e misture bem. Adicione os ovos um a um, mexendo sempre com a vara de arames.
Leve ao microondas cerca de 8 minutos na potência máxima, interrompendo de minuto a minuto para mexer com a vara. Se achar que ao fim de 6 minutos o creme já está com uma boa consistência, dê por terminada a tarefa.
Sem parar de mexer com a vara de arames, adicione a pouco e pouco a Vaqueiro, bem fria e cortada em pedaços pequenos.
Depois de arrefecer completamente, dê mais um mexidela no creme e guarde-o em frascos que vedem hermeticamente. Conserve no frigorífico.
Ligue o forno e regule-o para os 180 °C.
Pincele o tabuleiro do forno com Vaqueiro Líquida, forre-o com papel vegetal e volte a pincelar com Vaqueiro Líquida. Parta os ovos para uma tigela e bata-os com a batedeira à medida que vai adicionando o açúcar até obter um creme fofo e esbranquiçado.
Sem parar de bater, adicione a água a ferver. Junte a farinha peneirada com o chocolate e o fermento em pó e envolva delicadamente no creme.
Deite o preparado no tabuleiro, alise a superfície e leve ao forno durante 10 a 15 minutos.
Desenforme o bolo sobre uma folha de papel vegetal polvilhada com açúcar em pó, retire a folha de papel que usou para forrar o tabuleiro e cubra com o mesmo tabuleiro até a massa estar completamente fria.
Entretanto, espalhe as amêndoas em falhas sobre uma frigideira antiaderente e leve a alourar sobre lume moderado. Deixe arrefecer.
Barre a superfície da torta com o doce de limão, enrole com a ajuda do papel e coloque sobre uma torteira.
Parta o chocolate em pedaços para uma tigela, junte a Vaqueiro cortada em pedaços e o rum e leve ao microondas durante 45 segundos. Mexa com uma vara de arames até a mistura estar uniforme e deixe arrefecer um pouco.
Barre a torta com a cobertura de chocolate e salpique com as amêndoas torradas.
Nota: Passei a receita à risca, tal como estava na revista, fiz apenas as alterações mencionadas nos ingredientes.
Ficou perfeito embora dê algum trabalho, uma receita sem dúvida a repetir, tanto pelo sabor como pelo impacto visual.
Existe um cantinho na internet que é um paraíso de doçura e que se chama Flagrante Delícia, já todos o devem conhecer, mas se nunca se cruzaram com ele, acreditem que não sabem o que têm andado a perder.
Tudo o que a Leonor faz tem um aspecto apetecível e capaz de nos fazer entrar num acesso de gula, coisa feia por sinal, mas perfeitamente desculpável perante as fotos do Miguel e os doces da Leonor.
A minha maior ligação com o chocolate são as trufas, uma espécie de bombom, que tal como os gelados italianos, se desfaz na boca com suavidade accionando todos os nossos sentidos.
Sempre pensei que as trufas eram coisas difíceis de fazer e por isso nunca pensei em fazê-las, acontece que a Leonor tem-nos brindado ao longo dos meses com diversas receitas de trufas, primeiro foram as de chocolate branco com pistacho, depois as de chocolate de leite com maracujá, a seguir as de caramelo e por fim as de chocolate negro com rum e laranja cristalizada.
Quando ela publicou esta última receita a minha cabecinha não conseguia parar de pensar em trufas e umas horas depois de a ler fui para a cozinha.
Primeiro azar... não tinha nem rum nem laranja por isso tracei de imediato um plano B.
Abri a garrafeira e saltou-me á vista uma garrafinha de Licor Beirão daquelas bem antigas que ainda traziam uma fitinha de tecido.
Foi assim, e parafraseando o anúncio "O que é que se bebe aqui? - Licor Beirão" que nasceu um novo slogan aqui no blog: O que é que se come aqui ? - Trufas de Licor Beirão
De resto não me atrevi a mudar rigorosamente mais nada e ainda bem pois as trufas saíram perfeitas. Escolham as vossas preferidas e mãos à obra, que o dia dos namorados é já no sábado e não há nada que ligue melhor com o amor do que um bom chocolate.
Eu fiquei com as mãos no estado em que se vê, a cozinha ficou com o delicioso aroma do chocolate, a toalha, a mesa e eu própria ficamos polvilhados de cacau em pó e assim que fiz as primeiras a sobrinha e o marido começaram a roubá-las, no final sobraram apenas sete para a foto de grupo.
Trufas de Chocolate Negro com Licor Beirão
Ingredientes:
Preparação:
Numa taça pôr o chocolate partido aos bocadinhos pequeninos e o licor.
Ferver as natas e deitar sobre o chocolate mexendo bem para o derreter, por fim adicionar a manteiga amolecida, mexendo bem para ficar homogéneo.
Tapar a taça e guardar no frigorifico até ao outro dia. (Esta é a parte que custa mais... ter que esperar tanto tempo.)
Pôr um pouco de cacau num prato.
Moldar pequenas bolas com as mãos untadas com óleo ou manteiga e passá-las pelo cacau.
Nota: Para moldar as bolas tive a ajuda de um instrumento que habitualmente é usado para fazer bolinhas de melão.
A minha sobrinha, a maior fã de chocolate na família, a comer mais uma trufa, depois não me venhas dizer que precisas de fazer dieta...
Há uns anos atrás de regresso a casa depois de umas férias em Itália, pernoitamos em St. Maxime, uma localidade bem ao lado de St. Tropez em plena Côte d'Azur. Local lindo por sinal.
As peripécias dessa noite foram infindáveis e davam para muitos posts, hoje vou concentrar-me apenas num prato que o meu marido comeu ao jantar e que eu na altura não quis nem provar. Mexilhões com batata frita onde é que já se viu ?
Passado um tempo voltamos a França e encontramos este prato um pouco por todo o lado, desta vez provei e adorei, é de uma simplicidade extrema mas muito gostoso e foi o meu jantar de ontem.
A receita encontrei-a no Livro das Técnicas de Culinária do Le Cordon Bleu - As receitas e técnicas da mais famosa escola de culinária do mundo, um livro, quanto a mim, indispensável em qualquer cozinha.
O maior trabalho, mas nem por isso muito difícil é lavar os mexilhões, que como podem ver pela foto do canto superior esquerdo vêm cheios de coisas agarradas.
Devem ser lavados, escovados e raspados com uma faca para tirar todas as impurezas.
Há muitas formas de cozinhar mexilhões esta julgo ser das mais simples, Moules à la Marinière, ou em português Mexilhões à Marinheira.
Moules à la Marinière
Ingredientes:
Preparação:
Lavam-se os mexilhões conforme explicação acima e reserva-se.
Num tacho largo e fundo refoga-se a cebola e o alho bem picadinhos num fio de azeite ou em margarina conforme a preferência. Quando a cebola estiver dourada, junta-se o vinho branco, tempera-se com sal e pimenta e deixa-se cozinhar a cebola por uns cinco minutos, adicionam-se os mexilhões tapa-se o tacho e deixa-se cozinhar por cerca de 6 minutos ou até que estejam abertos. Retirar os mexilhões para um prato de servir fundo, polvilhar com a salsa picada, coar o molho para evitar areias que ficam no fundo do tacho e pô-lo por cima dos mexilhões.
Servir de imediato com batatas fritas, e claro, um bom vinho branco.
Nota: Nunca comprar mexilhões cujas conchas estejam abertas. Depois de cozinhar os mexilhões rejeitar todos os que estejam fechados.