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O Tertúlia de Sabores vai encerrar para descanso do pessoal.
A Moira despiu o avental, arrumou a cozinha e equipada a rigor vai dar um salto aos Pirinéus.
Mas como entretanto se "pespegou" uma valente dor de garganta acompanhada de dores no corpo que antevêem uma gripe o melhor é precaver com coisas bem quentinhas, para poder desfrutar das férias.
Como não sou muito fã de canja de galinha a opção foi umas sopas de pão com bacalhau.
Quem costumava fazer estas sopas era a Dª. Antónia empregada de limpeza num escritório onde trabalhei vários anos. As comidinhas dela eram sempre deliciosas e quando ela fez estas sopas pela primeira vez, apesar do aspecto, eu tive logo a certeza que eram óptimas. Dizem que é uma comida típica alentejana, e creio que a mãe do meu compadre R. faz umas idênticas.
Aqui fica a minha versão das sopas de pão, sendo que estas provavelmente não têm nada a ver com as originais.
Sopas de Pão com Bacalhau
Ingredientes:
Preparação:
Coze-se o bacalhau e os ovos. Numa terrina colocam-se as fatias de pão cortadas, o dente de alho picado, os coentros picados e regue com um fio de azeite. Retiram-se as peles e as espinhas do bacalhau e coloca-se por cima do pão. Põe-se por cima a água de cozer o bacalhau a ferver e tapa-se por uns minutos.
Serve-se bem quente enfeitado com rodelas de ovo cozido.
Agora vou calcorrear alguns quilómetros, calçar os esquis, vou revisitar todos o locais onde estive no ano passado e daqui a uns dias estarei de volta, espero que voltem também.
As fotos de Andorra foram todas tiradas pelo D. do Pausas e Reflexões.
Uns comem a carne outros roem os ossos... Onde é que eu já ouvi isto?
Pois não me lembro, mas foi o que aconteceu ao jantar, eu comi a carne o D. preferiu roer os ossos, e não imaginam com que prazer.
O motivo deste deleite foi um pedaço de lombo de porco, com osso e courato que fiz assado no forno com batatinhas e castanhas.
Desta vez fiz a coisa da forma mais simples possível, sem temperos prévios que a carne era transmontana e com isso está tudo dito.
Carne de Porco com Batatinhas e Castanhas no Forno
Ingredientes:
Preparação:
Dê uns golpes em forma de losangos no courato com uma faca bem afiada. Faça uma pasta com alho, sal e colorau, barre a carne com a mistura e leve-a ao forno, refrescando com o vinho de vez em quando. A meio da cozedura, adicione as batatas e as castanhas e deixar assar lentamente.
Nota: A carne deve ir para o forno com ele já quente, a cerca de 180º, durante cerca de meia hora, depois baixe a temperatura para cerca de 100º e deixe a carne assar, adicionando um pouco de água sempre que necessário para o assado não ficar completamente seco.
É necessária alguma paciência, pois a "mistela" esteve no forno cerca de três horas e meia.
Casou lindamente com um Arrobeiros Reserva 2005, um belíssimo vinho do Douro e tiveram um final feliz !.
Por esta cozinha anda tudo em lume brando, chego a casa cansada, na cozinha fazem-se trivialidades, que apesar de boas não têm tido direito nem a fotos, nem a posts, tudo se passa rápido para ter mais tempo para me enroscar no sofá e saborear o sossego e recompor-me do frio que se tem feito sentir.
No sábado ao passar pelo talho e ver umas miudezas de frango, logo me apeteceu fazer uns pipis, um petisco vulgar em qualquer tasca de Lisboa e creio que no resto do país, saboreamo-los bem quentinhos e com pão acabadinho de cozer, quase deu para esquecer o frio lá fora.
Apesar de básica aqui fica a minha versão, para quem quiser experimentar. Já agora um conselho: guardem as dietas mais para a frente, por agora o frio pede comidinhas quentes e reconfortantes
Pipis
Ingredientes:
Preparação:
Leve um tacho ao lume com um fio de azeite e refogue a cebola e o alho bem picadinhos, adicione o louro, o tomate picado ou triturado, o pimento picado e deixe levantar fervura.
Lave as miudezas de frango e escorra bem e junte-as ao molho de tomate, regue com o vinho branco, deixe levantar fervura, tape o tacho e deixe cozinhar em lume brando até as moelas estarem cozidas.
Sirva bem quente, polvilhado com salsa picada e pão quentinho.
O abacate não é uma fruta doce, nem fácil de apreciar, no entanto faz uma sobremesa óptima e simples em poucos minutos.
Para escolher um abacate maduro, a casca deve ser verde, sem manchas, e macia ao toque. Apesar de ser um fruto rico em gordura ele é óptimo para combater o colesterol, mas se quiser saber mais sobre as propriedades deste fruto visite o site da Dra. Florbela Mendes.
Mousse de Abacate com Mel
Ingredientes:
Preparação:
Tritura-se tudo num copo misturador ou com uma varinha mágica, põe-se no frio até à hora de servir.
Quando servido apenas a adultos adiciona-se um cálice pequeno de Vinho do Porto ou Moscatel, desta vez adicionei um Carcavelos doce e ficou delicioso, o meu amigo F. há-de estar a pensar: que mal empregue um vinho tão bom e tão raro metido numa mousse de abacate, mas isso é só porque ele não provou.
Nota: Esta mousse deve ser feita apenas uma ou duas horas antes de servir porque apesar de levar limão, a mistura oxida em contracto com o ar transformando o verde lindo original num verde acastanhado e sem graça nenhuma.
Hoje é dia de Reis sendo o Bolo Rei uma tradição nas mesas portuguesas. Acontece que eu adoro a massa do Bolo Rei, mas detesto as frutas cristalizadas, especialmente a abóbora e por isso resolvi experimentar uma receita de Bolo Rainha.
Tudo parecia correr bem até que percebi que a receita que estava a seguir não estava correcta a massa estava demasiado líquida e à última da hora tive que improvisar. O resultado final foi um "sapo", embora em termos de sabor estivesse óptimo acabou por ser mais um pão doce com frutos secos do que o tão esperado Bolo Rainha, falhou a receita e eu também falhei em algumas coisas que para a próxima terei que corrigir, como por exemplo o buraco no centro da massa, que ficou demasiado pequeno e ao cozer o bolo deixou de se parecer com uma coroa para parecer um bolo normal.
Bolo Rainha que virou "Sapo"
Ingredientes:
600 g de farinha de trigo
1 colher de café de sal fino
25 g de fermento de padeiro
1 dl de leite
130 g de manteiga sem sal
130 g de açúcar
3 ovos
2 colheres de sopa de vinho do porto
1 colher de sopa de aguardente
300 g de frutos secos (passas de uva, amêndoas, nozes, pinhões e avelãs)
Preparação:
Numa taça misture a farinha com o sal e faça uma cova no meio. Dissolva o fermento num pouco de leite morno e deite-o para o centro do buraco misturando com um pouco de farinha até formar uma pasta mole, deixe repousar um pouco.
Entretanto misture a manteiga à temperatura ambiente com o açúcar e junte os ovos um a um, adicione esta mistura à farinha com o fermento que entretanto já terá formado pequenas bolinhas, adicione o vinho do porto e a aguardente e amasse até ter uma massa elástica e que se solta dos lados da taça.
Por fim adicione os frutos secos e amasse de forma a ficarem distribuídos uniformemente. Tape com um pano e deixe levedar até duplicar de volume.
Numa superfície enfarinhada despeje a massa, forme uma bola e com as mãos faça uma cova no meio e vá alargando a massa lentamente a toda a volta até formar um buraco com pelo menos 15 cm de diâmetro (o meu não chegava a 10 cm e por isso ao crescer ficou sem buraco) deixe levedar de novo por mais uma hora, coloque num tabuleiro untado e enfarinhado, pincele com gema de ovo desfeita numa colherzinha de água, enfeite com umas nozes e umas passas de uva e leve ao forno quente cerca de 40 minutos ou até estar cozido. Como não tinha mais ovos, saltei esta última parte e pincelei o bolo com geleia de alperce no final da cozedura.
Nota: Pena que haja tanta receita por aí que não está correcta e os meus conhecimentos sobre massas lêvedas ainda não sejam suficientemente bons para eu perceber isso numa primeira leitura.
A receita que estava a seguir e cuja fonte perdi, tinha demasiados líquidos para a quantidade de farinha e as instruções não eram precisas, fiquei com vontade de comer um verdadeiro Bolo Rainha e para isso lá vou ter que ir ao "Pão Doce" comprar um, porque este mais parecia um sapo apesar de ter ficado com um sabor agradável.
A lista de ingredientes é o resultado da transformação que o bolo sofreu com as alterações que tive que fazer e portanto não pode ser considerado um verdadeiro Bolo Rainha.