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Não fazia a mínima ideia que a cozinha medieval podia ser tão rica em condimentos, das festas medievais a que fui até hoje, apresentaram-me sempre uma sopa e umas carnes grelhadas. Descobri dezenas de receitas óptimas para o dia a dia, e que não estando obrigada a nenhum rigor histórico posso alterar como melhor me convir.
A casa ficou com um cheirinho a especiarias, que fazia lembrar um pouco os aromas de Natal na Alemanha.
Os doces e massas foram feitos por mim sem o recurso à batedeira por opção minha e saíram dentro do muito razoável. Hoje em dia há os mais diversos tipos de máquinas que batem, mexem, sovam, picam, pesam, cozem, assam e outra tanta parafernália de utensílios, que na minha opinião são óptimos para quem não sabe cozinhar, que me desculpem os adeptos da Bimby, mas eu gosto de pôr a mão na massa e sentir-lhe a textura. Texturas à parte, utilizar uma vara de arames para bater ovos e uma colher de pau para envolver a farinha serviu para exercitar muitos músculos do meu corpo que se encontravam adormecidos.
A nossa escolha
A escolha dos vinhos ficou a cargo do F., excepção feita a um vinho caseiro espanhol que me tinham oferecido há dois anos e que estava esquecido na despensa, e a um vinho francês que também tinha por cá esquecido. A escolha dele baseou-se única e simplesmente por um qualquer sinal que tivesse alguma ligação com o "medievo".
Mas não se assustem não os bebemos todos.
Pormenores do Comenda Grande e do Tapada de Coelheiros
O "Fleur de Grezette" infelizmente estava estragado, para grande pena minha pois já o tinha provado anos atrás sendo um vinho muito agradável da região de Cahors em França.
O "Tapada de Coelheiros" é o que é e não há nada a dizer, sendo que apesar de muito bom foi ultrapassado pelo "Farfalla" vinho de produção particular que um amigo trouxe de Espanha há já algum tempo. Deste vinho ninguém esperava nada, porque o pessoal não está habituado a vinhos caseiros, mas ao provar houve muito bons comentários.
Pormenores do Farfalla
Quando a E. me falou em fazer estes ovos a minha primeira reacção foi dizer-lhe, deixa isso para outro dia, já temos tanto que fazer e isso deve dar imenso trabalho...
A resposta dela foi que tinha trazido ovos caseiros e que queria experimentar porque ia ser divertido.
Quando os vi, pensei... que coisa tão esquisita! O aspecto não é nada representativo do sabor. Pessoalmente achei que não tinham nada bom aspecto, e confesso que de tudo o que estava na mesa foi a última coisa que resolvi experimentar. Posso dizer-vos agora que foi sem dúvida o prato que mais me agradou, a mim e creio que aos outros também.
O seu sabor é de uma simplicidade e ao mesmo tempo de um exotismo difícil de ultrapassar, por isso não se deixem levar pela imagem e experimentem.
Na receita original havia duas opções a E. fez a segunda.
Preparação: