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Um lanche com Poesia

por Moira, em 23.01.11

A minha tarde de ontem começou com um amontoado de livros sobre a mesa, a minha sobrinha tinha um trabalho para fazer e eu propus-me a dar-lhe uma mãozinha na escolha de 15 poesias de poetas portugueses do séc. XX.

Todos os poemas escolhidos integralmente por ela tinham que ter em comum a palavra "Mar", eu seleccionei os poetas e ele teve que ler um sem número de poemas à procura da palavrinha mágica.

A meio, deixei-a nas suas leituras e parti para a cozinha, pesei os ingredientes, meti tudo para dentro da máquina, e em menos de um minuto tinha a massa em cima da bancada, momentos depois os scones estavam no forno e o chá pronto a servir.

Meia hora depois estávamos sentadas à mesa, com um prato de scones, um chá fumegante e a companhia do Fernando Pessoa, da Sophia de Mello Breyner, do Eugénio de Andrade e de mais alguns nomes sonantes da nossa poesia, de fora ainda ficaram alguns, que a escolha como sempre é difícil, navegamos por mares e rios de palavras bonitas numa tarde fria de inverno, mas nem demos conta do tempo passar.

A receita dos scones é da Delia Smith e foi-me sugerida pela Azélia do Azélias Kitchen, uma amizade recente, ainda que virtual com uma portuguesa que vive há tantos anos no Reino Unido que quase esqueceu a nossa língua, mas que ainda assim conserva as suas raízes numa pesquisa constante dos sabores da sua infância.

Scones

Ingredientes:

  • 225 g de farinha com fermento
  • 40 g de açúcar
  • 1 pitada de sal
  • 75 g de margarina
  • 40 g de passas de uva
  • 1 ovo pequeno batido
  • 2 a 4 colheres de sopa rasas de iogurte (a receita original usa buttermilk)
  • Mais um pouco de farinha para estender a massa e cortá-la.

Preparação:

Ligar o forno nos 220º.

Numa taça colocar a farinha, o açúcar e o sal, adicionar a margarina fria aos cubos pequenos e misturar rapidamente até obter uma massa areada. Juntar as passas, o ovo batido e o iogurte aos poucos (pode não ser necessário todo) até obter uma massa que apesar de  ligeiramente mole, pode ser colocada sobre a mesa enfarinhada, polvilha-se também por cima e calca-se de forma a ter mais ou menos 1 cm a 1,5 cm de altura. Corta-se com um corta bolachas, e coloca-se sobre um tabuleiro também ele enfarinhado. Juntam-se as aparas, cortam-se os restantes scones que vão ao forno quente cerca de 10 ou até estarem ligeiramente dourados.

 

Bimby /Thermomix

Ligar o forno nos 220º.

Colocar no copo a farinha, o açúcar, o sal e a margarina, programar 10 segundos, velocidade 4.

Adicionar o ovo batido e duas colheres de iogurte, programar mais 10 segundos, velocidade 4.

Juntar as passas e programar 5 segundos, velocidade 2.

Polvilhar a mesa ou a bancada com farinha, retirar a massa do copo, polvilha-la também com farinha e calcar a massa de forma a ter mais ou menos 1 cm a 1,5 cm de altura. Corta-se com um corta bolachas, e coloca-se sobre um tabuleiro também ele enfarinhado. Juntam-se as aparas, cortam-se os restantes scones que vão ao forno quente cerca de 10 ou até estarem ligeiramente dourados.

 

Notas: se a massa estiver muito seca e não der para estender, adicionar uma colher de sopa de leite.

Se se apresentar demasiado líquida adicionar uma ou duas colheres de soap de farinha.

Servir os scones quentes com manteiga e compotas de fruta.

 

E para que também a vossa tarde possa ser perfeita deixo-vos um poema de um dos meus poetas favoritos:

 

Eugénio de Andrade

 

Post Scriptum

 

Agora regresso à tua claridade.

Reconheço o teu corpo, arquitectura

de terra ardente e lua inviolada,

flutuando sem limite na espessura

da noite cheirando a madrugada.

 

Acordaste na aurora, a boca rumorosa

dum desejo confuso de açucenas;

rosa aberta na brisa ou nas areias,

alta e branca, branca apenas,

e mar ao fundo, o mar das minhas veias.

 

Estás de pé na orla dos meus versos

ainda quente dos beijos que te dei;

tão jovem, e mais que jovem, sem mágoa

- como no tempo em que tinha medo

que tropeçasses numa gota de água.

 

In “Palavras Interditas” (1950-1951)

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publicado às 15:57


48 comentários

De Moira a 24.01.2011 às 14:48

Olá Maria,
Obrigada pela visita e pelo comentário.
Quanto aos scones, esta receita rendeu 11 não muito grandes.
Quanto às sandes, eu raramente as faço porque só como pão uma vez por dia e de preferência ao pequeno almoço que é quando precisamos de mais energia para começar o dia.
Apesar de não ter filhos, vejo pelos meus sobrinhos como é difícil fazê-los comer de forma saudável. Não sei qual a idade da menina, mas presumo que a dieta terá sido recomendada pelo médico, por isso o melhor é seguir à risca as indicações dadas, pois é uma idade em que todos os nutrientes são necessários para o desenvolvimento do organismo, no entanto sugiro a substituição de metade da maionese por iogurte natural, faz um molho óptimo e se ela não for intolerante à lactose é muito mais saudável. O queijo fresco também seria uma boa alternativa, mas como não fala de queijo, presumo que ela não goste.
A carne assada, vaca, porco ou lombo de perú, depois de fria e cortada muito fininha como se fosse fiambre faz umas sandes óptimas. Claro que para ser mais saudável deveria ter alface, tomate, pepino ou cenoura ralada, mas isso também acredito que seja dificil inserir no gosto de uma criança. Os lanches também não têm que ser obrigatóriamente sandes, podem ser de fruta, maçãs, peras e bananas, iogurtes líquidos ou sólidos e umas tostas ou bolachas com pouco açúcar e em que um terço da farinha pode ser substituida por farinha integral.
Espero ter ajudado, de qualquer das formas deixo o link do blog de uma amiga que tem algumas sandes variadas dê uma espreitadela a ver se tem alguma coisa do seu agrado: http://cincoquartosdelaranja.blogspot.com/search/label/sandes
Se entretanto eu encontrar mais alguma coisa partilho por aqui.

De Maria a 24.01.2011 às 15:56

Moira, muito obrigado pela sugestão do yogurte natural. Logo á noite já experimento na pasta de atum. Aliás, vou substituir a maionese por uma colher de chá de molho de alhos, juntar salsa bem picada e o yogurte. Como vê já estou a inventar/ criar. Depois conto como ficou.

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