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Bolotas? Não havia nada melhor para acabar 2010?

por Moira, em 28.12.10

Estou desejosa que passem as festas, que acabe o ano e que se inicie um novo ciclo.

O ano que passou trouxe-me mais coisas más do que boas, e embora as boas sejam as que permanecem com agrado na minha memória estou desejosa de fechar a porta e deixar para trás um ano que passou depressa e mal.

Das coisas boas de 2010 ressalvo uma em especial, o facto de me ter cruzado com um grupo de pessoas maravilhosas, todas diferentes e afinal tão iguais. Onde estamos geramos a maior das algazarras, falamos todas ao mesmo tempo, mas ninguém se importa, estamos sempre desejosas de provar as iguarias umas das outras e perdemos-nos em conversas, risotas e boa disposição.

Para todos vós e para elas em especial votos de um novo ano cheio de saúde, esperança, amizade e muitas comidinhas boas.

 

Posto isto, passemos às Bolotas que foi o que aqui me trouxe hoje. Quem disse que as Bolotas são para os Porcos?

Poucos saberão que as bolotas não são só para os porcos, em tempos idos fazia-se pão com farinha de bolota e também com farinha de castanha.

As bolotas podem ser consumidas da mesma forma como se consomem as castanhas, por isso nada como experimentar uma coisa diferente.

A receita que vos trago hoje encontrei-a em Cocina con Chico, não sei se é típica de alguma região espanhola, mas é sem dúvida agradável e diferente do usual. As Bolotas foram-me oferecidas por uma colega de trabalho que gosta delas assadas na lareira, como eu não tenho lareira mandei-as para a frigideira. Receita original (Solomillo con Bellotas) em espanhol com fotos do passo a passo muito úteis.

Lombinhos de Porco com Bolotas

Ingredientes:

  • 1 lombinho de porco
  • 12 bolotas
  • 3 dentes de alho
  • 1/2 copo de brandy (usei whisky)
  • 1 fio de azeite
  • sal e pimenta q.b
  • 1 colher de café de Tomilho (usei Tomilho Limão das Ervas da Zoé)
  • 1/2 copo de cerveja
  • Salsa (não usei porque não tinha)

Preparação:

Cortar a coroa da bolota e retirar a casca rija. Levar um tacho ao lume com água, quando ferver colocar as bolotas e deixar ferver por um ou dois minutos, pelar as bolotas e cortá-las em lâminas.

Colocar as bolotas cortadas numa frigideira com um pouco de azeite em lume muito brando, para cozinharem sem que fiquem douradas, durante cerca de 10 minutos, acrescentar os alhos laminados e deixar cozinhar por mais dez minutos

Noutra frigideira colocamos mais um pouco de azeite e em lume bem forte douramos os lombinhos de porco cortados em rodelas largas de um lado e do outro, temperamos com sal e pimenta, regamos com o brandy, eu usei whisky e pegamos fogo, nesta parte é necessário ter algum cuidado para não pegar fogo a nada, principalmente se a chaminé for baixa e com exaustor.

Quando se apagar o fogo, adicionam-se as bolotas e os alhos, adiciona-se o tomilho, um pouco de salsa picada e meio copo de cerveja e deixa-se cozinhar até que quase todo o molho tenha evaporado. Serve-se quente com espinafres ou grelos salteados.

 

Actualização em 4 de Janeiro de 2011

Encontrei um texto muito interessante sobre bolotas no Via Natura que vale a pena ler.

Soube também através de um comentário que a Herdade do Freixo do Meio tem uma loja no Mercado da Ribeira e que está a comercializar farinha de bolota, bolota assada e biscoitos de bolota, com sorte quem sabe não teremos ainda a oportunidade de para o ano termos por lá também umas bolotinhas à venda. Para já a loja abre às sextas das 8h-14h e das 15h-19h e aos sábados das 8h-14h.

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publicado às 18:05

Feliz Natal

por Moira, em 23.12.10

Gostava de ter tempo de passar por cada um dos vossos blogs, trocar dois dedos de conversa com cada um dos meus leitores, mas isto do tempo é uma coisa complicada de gerir, por isso deixo aqui votos de um Feliz e Doce Natal para todos vós.

Para quem ainda anda à procura de ideias para o menu natalício poderá encontrar aqui algumas sugestões feitas em anos anteriores.

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publicado às 15:14

Lemonnierfoto e uma sugestão deliciosa

por Moira, em 16.12.10

Alguns poderão não conhecer o nome Lemonnier, mas todos conhecem as suas fotos, seja dos folhetos de receitas do Pingo Doce, seja da revista Saberes e Sabores. Só recentemente descobri o blog Apetiser cheio de fotogénicas sugestões às quais é impossível resistir como estes mini-cakes.

Numa altura em que se avizinham festas e mesas fartas, nada como umas comidinhas leves mas que enchem a vista e o paladar.

Mini-Cakes de Queijo e Caril

Ingredientes:

  • 3 ovos
  • 1 dl de leite
  • 150 g de farinha
  • 1 colher de chá de fermento em pó
  • 1 colher de sobremesa de caril em pó
  • 50 g de sultanas douradas
  • 200 g de queijo fresco de cabra
  • 200 g de tomate cherry
  • 100 g de queijo da Ilha ralado
  • sal e pimenta q.b.

Preparação:

Ligue o forno a 180º.

Bata os ovos inteiros com o leite temperados com sal e pimenta, junte a farinha previamente misturada com o fermento em pó e o caril e por fim adicione as sultanas, o tomate e os queijos.

Leve ao forno em formas untadas por cerca de 30 a 40 minutos ou até estarem cozidos e com um aspecto dourado.

Sirva com uma salada verde.

Nota: Cá em casa gostamos mas a opinião não foi unanime quanto ao uso do tomate, o marido gostou eu dispenso-o nestes mini-cakes, quanto ao resto a conjugação de sabores é perfeita.

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publicado às 15:55

Ainda em Marrocos...

por Moira, em 12.12.10

Cá por casa continuamos a apostar nos pratos quentes do norte de África, por isso quando a Formiguinha num comentário me falou desta receita como sendo deliciosa para eu usar a minha conserva de limão eu não hesitei, trago-vos pois mais uma das iguarias daquela região.

A Tagine é um prato típico de Marrocos, e esta receita combina o sabor intenso do limão em conserva (salmoura) com o sabor forte e salgado das azeitonas, por isso não adicione sal ou faça-o com bastante cautela.

A conserva de limão é feita pondo os limões mergulhados no seu próprio sumo com bastante sal podendo levar alguns condimentos, depois é aguardar que o tempo faça o seu trabalho, na altura de utilizar lava-se muito bem e aproveita-se apenas a parte amarela da casca do limão.

Tagine de Frango com Limão e Azeitonas

Djej M'Chermel

Ingredientes:

  • 1 frango cortado em 8 partes e com as suas miudezas
  • 2 colheres de sopa azeite
  • 1 cebola grande bem picadinha
  • 2 dentes de alho bem picados
  • 2 colheres de café de paprica
  • 1 colher de café de gengibre em pó (usei 1 cm de gengibre fresco)
  • ½ colher de café de cominhos em pó
  • ¼ colher de café de açafrão
  • 4 colheres de sopa de coentros picados
  • 4 colheres de sopa de salsa picada
  • sal q.b.
  • ½ colher de café de pimenta moída na hora
  • 1 ½ chávena de água
  • Casca de 1 limão em conserva só a parte amarela, cortado em tirinhas
  • 1 mão cheia de azeitonas verdes descaroçadas (usei pretas e inteiras)
  • Sumo de 1 limão

Preparação:

Num tacho de ferro aqueça o azeite e doure o frango com a pele virada para baixo, quanto todo o frango estiver dourado adicione as miudezas e baixe o lume. Junte a cebola, o alho, as especiarias e as ervas aromáticas, aqueça gradualmente mexendo para envolver todos os sabores na carne, tempere com sal, muito pouco pois o limão e as azeitonas são salgados e adicione então a água, o suficiente para cobrir o frango, deixe levantar fervura, reduza de novo o lume e deixe cozinhar entre 20 e 30 minutos virando a carne de vez em quando.

Junte então a casca de limão, as azeitonas e o sumo e deixe cozinhar por mais 10 a 15 minutos.

Transfira o frango para uma travessa e se o molho estiver muito líquido aumente o lume e deixe reduzir um pouco, coloque sobre o frango e sirva de imediato. Acompanhe com arroz branco ou com cuscuz.

 

A receita da Tagine e parte do texto de introdução é do site The Recipe Link.

 

A receita da Conserva de Limão é do David Lebovitz.

Deixo-vos a minha tradução feita mais ou menos à letra:

Conserva de Limão

Ingredientes:

  • Limões biológicos (ou outros desde que tenham a certeza que estão livres de qualquer produto químico)
  • 1 colher de sopa de sal por cada limão
  • 1 colher de chá de sementes de coentro
  • 1 colher de café de grãos de pimenta
  • 1 pau de canela
  • 1 folha de louro

Preparação:

Abrir os limões em 4 sem separar totalmente, coloque uma colher de sal dentro de cada limão e vá colocando os limões dentro de um frasco de conserva, daqueles com tampa de vidro, adicione os restantes ingredientes e pressione com uma colher de pau para extrair o sumo, feche o frasco e reserve por uma noite. Repita o processo de pressionar os limões, no segundo e no terceiro dia, caso o sumo não seja suficiente para cobrir os limões adicione mais sumo. Guarde o frasco no frigorifico por um mês antes de usar, sendo que os limões conservam-se em sal e no seu prórpio sumo por cerca de 6 meses.

Para usar: Retirar o limão do frasco e passar por água, raspe a polpa e deite fora. Corte as cascas de limão em tiras finas e use conforme indicado na receita.

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publicado às 23:11

Projecto Reciclar

por Moira, em 09.12.10

 

O desafio do Delícias e Talentos que está a decorrer até ao dia 11 de Dezembro propõe-nos Reciclar na Cozinha, nome bonito para aquilo a que habitualmente chamo aproveitamento de sobras e a que tenho uma Tag dedicada no blog.

Conheço muito boa gente, alguma até menos abonada que não gosta de comer o que quase sempre resta de uma ou outra refeição, boquinhas finas como diria a minha avó, mas se essas sobras forem reaproveitadas em pratos completamente distintos do original, provavelmente comem e nem dão por isso.

Cá por casa já é usual reaproveitar-se tudo, e só mesmo por um descuido inaceitável alguma coisa irá parar ao lixo, mas nem sempre foi assim, como se costuma dizer, a vida ensina-nos muita coisa e eu aprendi, não propriamente à minha custa, mas por vicissitudes do destino,  a fazer esticar o que havia na carteira.

A crise por que passamos neste momento não é novidade para muitas famílias, ou pelo menos não é para a minha, tempos houve em que uma sopa alegrava o jantar, ou uma jardineira podia dar para muitos acrescentando mais batata, cenoura ou ervilhas.

Andando ainda mais para trás no tempo, a minha avó falava muitas vezes que uma sardinha dava para dois ou para três. Claro que não é isso que se pretende, e para aqueles que me lêem, que neste momento têm acesso à net, considerem-se uns priveligiados, muitos há que dormem na rua, vivem da caridade dos amigos e vizinhos, passam frio e fome, e acreditem que não são esses que têm acesso ao rendimento mínimo, mas como este não é o blog correcto para fazer crítica social voltemos ao assunto da reciclagem na cozinha.

Reciclar é reaproveitar, é usar um ou mais elementos, transformando-os e apresentando-os como novos. Difícil? Claro que não, na cozinha é muito fácil reciclar, por exemplo:

  • Se sobrarem legumes cozidos eles podem ser de novo servidos, salteados em azeite e alho, em puré, num soufflé, em pequenas empadas, numa quiche, num "cake" salgado, ou na sua forma mais básica triturados numa sopa.
  • Se falarmos de carne ou de peixe é exactamente a mesma coisa, podemos fazer rissóis, croquetes, empadas, quiches, empadões, sandwiches e estou a lembrar-me de um dos mais emblemáticos pratos de época natalícia em casa da minha mãe e também da minha sogra, a Roupa Velha, que é confeccionado com as sobras de bacalhau, couves e batatas que sobram do jantar da Noite de Consoada.
  • Se as sobras forem de pão, podemos fazer pão ralado, migas, açordas, pudins, bolos, quem não se lembra do famoso pudim de pão ou do bolo de pão ralado, e até dos falsos ovos moles feitos com sobras de miolo de pão.
  • Com a fruta que amadureceu de repente, podemos fazer compotas, gelados, batidos e molhos.

Como vêem é muito fácil reciclar na cozinha, mas para quem tem em casa "boquinhas finas" quando lhe perguntarem o que é o jantar? Nunca, mas nunca respondam que é o resto do almoço, ou o resto do jantar do dia anterior, transformem primeiro e apresentem algo novo.

Mas a importância da reciclagem, não pode ser vista como uma obrigação em tempos de crise, ela tem que ser encarada como um gesto natural do dia a dia, de todos os dias, uma forma de estar na vida. Sei que para muitos será difícil pois já nasceram numa sociedade cada vez mais consumista e têm hábitos há muito enraízados e difíceis de ultrapassar, por isso o meu conselho é que vejam isto como uma escolha, uma opção  saudável e vão ver que para além de pouparem uns tostões ao fim do mês vão sentir-se muito melhor como pessoas.

 

A receita de hoje é feita com sobras de Cozido à Portuguesa, comida que raramente faço em casa, isto porque para ser bem feito dá algum trabalho e também porque tenho um restaurante a 100m de casa que o faz na perfeição. Acontece que as doses deles são grandes, pelo menos para mim e sobra sempre imenso Cozido que em vez de ir para o lixo eu peço para levar para casa. Vergonha? Não tenho nenhuma e digo-vos que eles estão mais que habituados pois eu não sou a única a fazê-lo. É assim, que há uns fins de semana atrás eu vim para casa com os meus restos de Cozido, e como para mim Cozido requentado não tem muita graça acabo sempre a fazer algo diferente com ele, desta vez foi um arroz de forno que preencheu a nossa barriga e serviu para estrear o mini alguidar de barro que a Mª José tão simpaticamente me ofereceu, passemos então à receita.

Arroz de Forno com sobras de Cozido à Portuguesa

Ingredientes:

  • Restos de cozido: carne de vaca, galinha, couves, cenoura e chouriço.
  • 1 chávena de arroz
  • 1 cebola picada
  • 1 dente de alho picado
  • 2 chávenas e meia de caldo do cozido
  • 2 colheres de sopa de azeite
  • sal q.b.

Preparação:

Leve um tacho com o azeite ao lume e refogue a cebola e o alho picados só até a cebola ficar translúcida, deite-lhe as cenouras aos cubinhos e as carnes desfiadas, acrescente o arroz e o caldo e deixe cozinhar em lume brando. A meio da cozedura acrescente as couves picadas, mexa e rectifique o sal.

Assim que o arroz estiver cozido transfira para um recipiente que possa ir ao forno, decore com toucinho fatiado ou com chouriço e leve ao forno só o tempo suficiente para secar o arroz e dourar o chouriço.

 

Sugestão: Acompanhe com um bom vinho tinto, afinal isto são sobras, mas das boas, se é que me entendem.

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publicado às 09:03

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