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A excepção faz a regra e a Sopa da Avó Palmira

por Moira, em 31.07.09

Sempre ouvi dizer que a excepção faz a regra e é bem verdade, e mais uma vez vou quebrar a regra que eu própria criei, para responder à Margot, faço-o com todo o gosto e a partir de hoje não há mais regras neste blog. Viva a Liberdade !

Hoje trago-vos uma sopa, creio que é a segunda que apresento neste blog, mas para mim não é uma sopa qualquer é "A Sopa", quem a fazia era a minha avó Palmira e por isso a sopa ganhou o nome carinhoso de Sopa da Avó Palmira.

A minha avó Palmira é a senhora do lado esquerdo e a minhã mãe a miúda do lado direito, os restantes são o meu avô Gonçalves e o meu tio do lado direito, só não sei quem é o senhor por trás da minha mãe, mas decerto será alguém da família, esta foto é dos anos 40.

 

Esta sopa só pode fazer-se numa época do ano, quando os feijoeiros ainda têm feijão verde, mas também já têm o feijão que começa a ficar seco e que na minha terra se chama feijão de debulhar, para quem não souber o que é pode ver uma foto da Fer no Chucrute com Salsicha.

Sopa da Avó Palmira

Ingredientes:

  • 1 batata grande
  • 250 g de feijão verde
  • 250 g de feijão de debulhar
  • 2 cenouras
  • 1 cebola média
  • 2 tomates xuxa
  • 1 chouriço

Preparação:

Descascar o feijão de debulhar, passar os feijões por água e reservar.

Levar uma panela ao lume com água e a batata cortada em pedaços muito pequeninos e um chouriço de carne pequeno e deixar levantar fervura.

Descascar as cenouras, passar por água, cortá-las em cubos muito pequeninos e adicionar à panela juntamente com o feijão de debulhar. Fazer o mesmo com o tomate depois de descascado.

Arranjar o feijão verde retirando os fios laterais e cortá-lo em fatias finas, descascar e cortar a cebola aos gomos finos e adicionar à panela. Deixar cozer tudo em lume brando, temperar com um pouco de sal e servir com o chouriço cortado e umas fatias de pão caseiro.

Para quem gostar adicionar umas massas no final da cozedura. A particularidade desta sopa é que nada é triturado e a batata acaba por se desfazer na sopa por ser a primeira a ir para o tacho.

 

Prémios, selos e afins

beautiful blogs awards badge 

Vamos agora então falar dos prémios, selos e afins, o prémio Beautiful Blog foi criado pela Margot do Blog Coffee and Vanilla e visa reunir numa página uma série de blogs que se distinguem pela estética.

A Margot é polaca vive em Londres e foi a primeira blogger estrangeira a comentar no meu blog, tem um separador dedicado à apresentação de lancheiras para crianças que é um mimo, faz frequentemente pequenos concursos no seu blog, e foi a primeira a enviar-me mimos pelo correio na sequência de um desses concursos.

Neste caso e sem que ninguém se sinta obrigado ao que quer que seja os blogs que eu gostaria de ver nessa lista e por ordem alfabética para não ferir susceptibilidades, são os seguintes, se quiserem aderir basta seguir o link do "logo" acima e seguir as instruções:

Figo Lampo da Margarida

Mangia che te fa bene da Verena

Sabores da Alma da Vânia

Sabores de Canela da Canela

Salty Cod da Mallory

Simplesmente Delícia da Flávia Pantoja

 

Também da Margot chegou-me este "logo" relacionado com criatividade na sequência deste post. Obrigada Margot !

Não sei porque o número sete está sempre associados a estas coisas, mas devo atribuir o prémio a sete pessoas e as minhas nomeadas são: Verdinha, Rute, Gasparzinha, Tangerina, SuziMary e Gina.

A ordem foi aleatória e todas têm receitas com grande criatividade, espero que gostem, mas não se sintam obrigadas a dar continuidade ao selo, façam-no apenas se quiserem.

Diziam também as regras, que devia dizer sete coisas sobre mim que pudessem interessar aos meus leitores, então aqui vai:

  • Eu adoro o número sete por ser ímpar, por o sétimo dia da semana ser sábado, o meu dia preferido e por ser o dia em que nasci;
  • O meu mês preferido é o mês de Setembro por ser o meu mês de nascimento e por ser o início do Outono;
  • Gosto de tradições seja na gastronomia seja nos dias festivos, elas fazem parte da história do homem desde os primórdios da humanidade e cabe-nos a nós dar-lhes seguimento.
  • Gosto das coisas simples da vida pois é nelas que reside a nossa felicidade, pelo menos eu acredito que sim.
  • Adoro surpresas e mimos, mas quem não gosta?
  • Gosto de fazer anos, de reunir a família e os amigos à roda da mesa.
  • Gosto de uma boa conversa mas não gosto de conversa fiada.

 

Por fim agradeço à Verdinha o selo que me atribuiu hoje no seu blog, não vou nomear mais ninguém porque a minha lista afinal não é assim tão grande e teria que nomear dez  pessoas, mas se alguma das minhas leitoras o quiser levar esteja à vontade, é só passar pelo blog da Verdinha, no link acima copia o selo e segue as instruções.

 

Nota final: Este foi o post que mais trabalho me deu a elaborar desde o início deste blog, esta coisa de agradecer selos, falar de mim, transmitir selos e colocar links desgasta e dá uma enorme fome, acho que vou comer o resto da sopa e refastelar-me no sofá.

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publicado às 19:31

Algumas notas sobre o sal da minha terra

por Moira, em 29.07.09

Há cerca de um mês recebi em casa uma encomenda com sal da Figueira da Foz, que para quem não sabe é a minha terra natal, a oferta foi uma gentileza da Agricabaz e da Casa do Sal da Figueira da Foz que me convidaram a experimentar os seus produtos.

A minha avó paterna nasceu em Lavos, zona onde se situam as Salinas das Eiras Largas e durante muitos anos a paisagem das salinas era para mim vulgar, bem como a seca do bacalhau ao ar livre à entrada da Gala, mas isso foi há muitos, muitos anos atrás.

Sobre o sal da Figueira da Foz, há registos escritos que datam de 1092 e 1166, que comprovam que nessa data já se produzia sal naquela região.

Há também registos escritos a partir de 1611 sobre a sua exportação, para Espanha, Terra Nova, Escócia e Açores.  (Esta informação foi retirada do livro "Figueira da Foz - Praia da Claridade" numa edição da Comissão Municipal de Turismo da Figueira da Foz datada de 1959, a foto é uma reprodução do livro mas não faz menção ao seu autor).

 

Foram duas as variedades de sal para uso culinário que me enviaram, uma sem picante (contendo sal, alho, orégãos e alecrim) e outra com picante (contendo sal, alho, orégãos, alecrim e piri-piri), um e outro são de excelente qualidade e dão um óptimo sabor quer à carne, quer ao peixe, não é necessário usar muita quantidade de sal porque as ervas aromáticas e o alho dão sabor suficiente e muito agradável, reduzindo assim a quantidade de sal a utilizar.

Aromatizar sal não é nada difícil, no entanto, nos dias que correm e com a falta de tempo que todos sentimos na pele, o facto de o encontrar à venda já feito e ainda por cima de boa qualidade, facilita-nos muito a vida.

Para provar estas duas variedades de sal reuni a família para um almoço de grelhados com diferentes tipos de carne em que o único tempero eram estes sais e a maioria gostou mais do sal picante, eu pessoalmente gostei mais do outro porque não aprecio picante.

Já utilizei o sal em diferentes tipos de refeições e fica perfeito para temperar bife de vaca, seja para grelhar, seja para fritar. Dá um óptimo sabor ao molho de tomate e também fica muito bom na carne assada, guisada ou estufada. A experiência mais arrojada foi numa pizza que fiz antes de ir de férias e foi uma agradável surpresa.

Para quem estiver interessado, a Casa do Sal vende estes produtos através do blog e envia pelo correio, para quem quiser mais informação basta consultar os blogs acima mencionados.

A Casa do Sal também efectua visitas guiadas, mediante marcação, às Salinas das Eiras Largas para que possam ficar a conhecer melhor o ciclo da água desde o mar até aos talhos onde cristaliza o Sal e a Flor de Sal.

Juntamente com o sal alimentar, vinha um sal para banhos (com pétalas de rosa,   camomila,   alfazema e    alecrim) e um queijo com ervas, que "mea culpa" ainda não experimentei, nem provei, mas assim que o fizer logo direi.

 

Nota: Este post foi escrito porque entendo que devo apoiar um tipo de comércio que considero justo e fundamental para o desenvolvimento da minha terra natal e por considerar que os produtos em questão tinham qualidade para o fazer.

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publicado às 23:17

Em estado Zen

por Moira, em 29.07.09

Lentamente e sem grandes pressas começam as rotinas que todos temos, e porque não vivemos sem comer o regresso à cozinha é inevitável, mas à base de coisas simples porque o ar das serras deixou-me em estado zen.

A Figueira da minha cunhada começa a dar os primeiros figos e eu resolvi experimentar qualquer coisa diferente.

Esta não é propriamente uma receita, faz-se em cinco minutos e devora-se em menos tempo ainda, mas não deixou de ser agradável e por isso a partilho convosco.

Corte uma fatia de queijo manchego ou outro queijo de mesa a gosto semi-curado, depois de cortar a fatia de queijo recorte-a com um corta bolachas para lhe dar um formato, de flor, estrela, coração, enfim o que a imaginação ditar.

Coloque por cima uma fatia de presunto e acabe com uma fatia grossa de figo, polvilhe com mistura de pimentas acabadas de moer e sirva fresco, porque o calor assim o pede.

Para quem não goste deste tipo de queijo pode usar mozzarela, torna-se mais suave.

Sugestões para mais pratos salgados com figos aceitam-se, pois esta mistura de sabores era para mim desconhecida e eu adorei.

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publicado às 00:41

Pelas Serras de Portugal e mais uns doces

por Moira, em 26.07.09

Estou de regresso de umas férias que apesar de tudo me pareceram curtas. Não vos vou maçar com pormenores no entanto um desses momentos merece especial atenção e por isso quero partilhá-lo convosco.

No final das minhas férias e de visita aos avós do meu marido, atravessei serras e mais serras em direcção a Arouca única e simplesmente para saborear os deliciosos doces conventuais que ainda por se lá fazem, não sem antes passar pela magnifica Aldeia da Pena, uma pequena aldeia com casas de xisto perdida no meio das serras, mas de grande beleza.

Entre os meus preferidos estão o pão de ló ensopado em calda de açúcar, a Barriga de Freira e as Castanhas Doces, no entanto há muitos mais.

Da história destes doces pouco ou nada sei, fazem parte da tradição portuguesa de doces à base de ovos e são deliciosos, por isso de prova obrigatória para quem passar por aquelas paragens.

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publicado às 01:16

Do México para o Dia da Cor

por Moira, em 05.07.09

A receita de hoje veio directamente do México para animar o Dia da Cor e a sua grande mentora a Mary que criou um novo blog para estas nossas experiências culinárias coloridas.

A maioria das pessoas associa a gastronomia mexicana apenas a tacos, tortilhas, tequilhas e muito picante, mas ela é muito mais do que isso, é o resultado de uma fusão dos hábitos alimentares indígenas com os dos seus colonizadores Espanhóis.

As origens do chocolate remontam a muito antes da conquista do chamado Novo Mundo. Em 4000 a.c. já havia plantações de cacau Gravura Olmecanas zonas onde hoje temos o México e a Guatemala, tendo sido os Olmecas um dos primeiros povos a cultivar o cacau, só posteriormente os Maias,  e mais tarde os Toltecas e os Aztecas continuaram a tradição.

Os aztecas torravam e moíam as sementes de cacau, misturavam-nas com água, adicionavam malaguetas, canela, pimenta, baunilha e por vezes farinha de milho para engrossar, obtendo assim uma bebida amarga, mas muito energética a que chamavam xocolatl (xoco de amargo + atl de água). Esta bebida estava reservada apenas a governantes e soldados e era usada para celebrações e rituais.

A receita de hoje  chama-se Mole Poblano, é uma especialidade culinária da cidade de Puebla no México, também ela confeccionada em dias de celebração, consiste num molho com uma variedade enorme de ingredientes que é vazado por cima de frango ou perú, o original leva vários tipos de malaguetas impossíveis de encontrar no nosso país, por isso podem usar-se quaisquer malaguetas mais ou menos picantes consoante o gosto. Como eu pessoalmente não gosto de picante usei Jalapeños, que de todos me parecem os menos picantes.

A história do mole remonta à época pré-colombiana, diz-se que os Aztecas já preparavam para os grandes senhores um prato completo chamado "mulli", que significa guisado ou mistura. O mole poblano, cuja receita original utilizava cerca de uma centena de ingredientes, pode levar cacau ou chocolate em tablete, com ou sem açúcar, cinco variedades diferentes de malaguetas, amêndoas, nozes, passas, cravo, canela, salsa, pimenta, alho, e tortilhas. Não existem proporções certas e alguns ingredientes podem omitir-se ou variar em proporção. Apesar de ser um prato com um elevado número de ingredientes fortes e muito condimentado, um mole bem preparado não é pesado para o estômago.

 

Mole Poblano de Frango

Ingredientes:

Para cozinhar o frango:

  • 1 frango
  • 2 dl de vinho branco
  • 3 dl de água
  • 1 folha de louro
  • 4 cravinhos (cravo de cabecinha)
  • sal q.b.

Para o mole:

  • 10 g de sementes de coentros
  • 10 g de erva doce
  • 20 g de sementes de sésamo (gergelim)
  • 20 g de amendoins torrados
  • 40 g de amêndoas em lascas sem pele
  • 1 dente de alho picado
  • 3 colheres de sopa de azeite
  • 5 malaguetas (coloquei 10 g de jalapeños em conserva)
  • 40 g de sultanas douradas (passas de uva sem sementes)
  • 1 cebola
  • 1/2 pau de canela
  • 250 g de tomate maduro descascado e sem sementes cortado aos cubos
  • 250 ml de caldo de frango
  • 40 g de chocolate amargo

Preparação:

No dia anterior corte o frango aos pedaços, retire-lhe a pele e coza-o no vinho branco com a água, a folha de louro, o cravinho e um pouco de sal, cerca de 20 a 30 minutos, reserve.

Leve uma frigideira ao lume e  torre ligeiramente as sementes de coentro, a erva doce, as sementes de sésamo, as amêndoas lascadas, os amendoins e o alho picado.

Noutra frigideira coloque o azeite e refogue a cebola picada com as malaguetas sem sementes, o pau de canela e as passas de uva.

Num copo misturador coloque 250 ml do caldo de cozer o frango, adicione o conteúdo das duas frigideiras, retirando o pau de canela e triture juntamente com o tomate maduro.

Passe esse molho para um tacho e deixe levantar fervura, adicione o chocolate ralado e mexa para derreter, adicione o frango e deixe levantar fervura de novo mexendo com uma colher de pau para não pegar, tape e deixe repousar até ao dia seguinte.

No dia seguinte ponha de novo o tacho ao lume para aquecer, mexendo frequentemente para não pegar. Faça um arroz branco para acompanhar.

Notas: Um prato exótico e saboroso, mas muito trabalhoso. Quem provou, gostou, sem achar excepcional.

Acompanhamos com um vinho espanhol excepcionalmente bom, um Torres, Gran Coronas reserva 1998 (Cabernet Sauvignon)

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publicado às 12:22

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